Português, perguntado por lorranaserode50, 3 meses atrás

cabotagem Jorge Amado [...] (Bahia, 1960/1980 - partidas e contrapartidas) Pintei e bordei com meus amigos, eles pintaram e bordaram comigo, preguei peças, inventei partidas, enrolei, fui enrolado, burlas e intrujices, dei e recebi o troco, zombei, zombaram, o que Carybé não aprontou às minhas custas? Aprontou tantas e tais e eu caí como um patinho, fosse contá-las escreveria um livro, reduzo-me a duas delas às quais reagi, levando a melhor: as outras ele que as conte para rir de novo, o trapaceiro. No momento rio eu, se me dão licença. Apenas nos instaláramos na Bahia, despedi um jardineiro, por incompetente. Ao saber, Carybé, de conluio com Tibúrcio Barreiros, procurador do Tribunal do Trabalho, armou uma daquelas, me deixou de início nas vascas da agonia. Utilizando papel timbrado do tribunal, os dois patifes forjaram uma convocação em boa e devida forma - para darlhe autenticidade falsificaram a firma de um juiz -, marcando-me audiência para o dia seguinte, às duas da tarde. Eu deveria explicar por que não pagara o devido ao trabalhador vítima de demissão sem justa causa, o dito-cujo apresentara queixa, motivo para processo e julgamento. Vi-me arrastado na rua da amargura, acusado de burguês explorador do proletariado, sujeito a multa elevada e ao escárnio público. Fulo da vida, havia pago mais do que o devido, procurei Walter da Silveira, advogado de sindicatos operários junto às Varas de Trabalho, contei-lhe do jardineiro, indenização e gratificação, mostrei-lhe a convocatória, Walter estranhou: tudo ilegal. Brigão por natureza, ao ver assinatura do juiz entrou em transe: esse indivíduo é um mau caráter, meu inimigo, aproveito a irregularidade, vou acabar com ele, fique descansado, deixe comigo. Marcamos encontro no Tribunal na hora aprazada. Ao chegar em casa Zélia revelou-me a tramoia e os autores. Estreante em tais enredos, Tibúrcio telefonara às gargalhadas, despejara o saco. Em troca Zélia lhe informou que eu saíra para encarregar Walter da Silveira de minha defesa, Tibúrcio tremeu nos alicerces, Walter era osso duro de roer. Diga a Jorge que largue de mão, tudo não passou de brincadeira, Walter é maluco, volto a telefonar. Voltaram a telefonar, ele e Carybé. Pedi a Zélia para atender às chamadas e dizer aos dois comparsas que, para me vingar, decidira topar a provocação, iria ao Tribunal assistir Walter atirar com a convocatória na cara do juiz. Foi um deus nos acuda, Tibúrcio em pânico, o posto de procurador ameaçado, Carybé sentindo-se responsável pela demissão do amigo; eu os cozinhei o dia inteiro, só à noitinha concordei em abandonar a causa, desobrigar o advogado. A dificuldade foi obter que Walter desistisse da pendência, queria a todo transe desmascarar o juiz, desmoralizá-lo. Tive de apelar para os ritos da amizade: vais prejudicar a carreira de Tibúrcio, só então se acalmou e achou graça

1) Responda no caderno: qual é o objetivo do livro de Jorge amado revelado pelo enuciador nós dois primeiro parágrafo do texto?

2) A Lembrança desses fatos parece agradável ou desagradável para o enuciador? Justifique sua resposta

3) ao rememorar as peças que carybe lhe pregou, o enunciador seleciona duas e justifique o motivo dessa seleção. Explique-o no caderno.

4) identifique o trecho em que o enunciador se revela preocupado com sua imagem pública.

5) releia: “ […] o DITO-CUJO apresentará queixo […]” linha (28). no contexto, a quem se refere a expressão destacada

6) além de defender os direitos de seu cliente, o advogado contratado pelo enunciador opunha-se fortemente ao juíz que supostamente tinha assinado a convocatória. Por que? Explique no caderno.

Soluções para a tarefa

Respondido por luciarogerio47
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alguém responde minha pergunta porfavor

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