Artes, perguntado por lavinia549, 10 meses atrás

c) Em 1960, surgiu na Europa um movimento artistico
denominado Flucos. O que foi ? Qual a importancia
de conhece-lo?

Soluções para a tarefa

Respondido por gabrielafreitas517
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Após a grande revolução provocada por Marcel Duchamp, estava plantada a semente do dadaísmo e da então chamada 'antiarte', com isso nos anos 60 surgiu o Fluxus.

Fluxus foi um grupo que reuniu vários artistas ao redor do mundo que se opunham a comercialização da arte, fazendo performances e organizando exposições, fazendo com que a linha que delimitava o conceito da arte produzida na época fosse apagada, confundindo e misturando todos os conceitos de movimentos artísticos(incluindo dadaísmo). O grupo teve suas origens em Nova York mas abrangia artistas da Alemanha, Japão, Coréia, Inglaterra, entre outros países.

George Maciunas, o criador do Fluxus, dizia que todas as pessoas deveriam compreender a arte, tudo poderia ser arte e arte poderia ser feita por todos. O raciocínio de Macuinas tem origem do que Karl Marx disse no século anterior, que 'a arte era a consequência das classes sociais' concluindo que 'em uma sociedade comunista, existiriam somente pessoas que são comprometidas em fazer arte e não artistas'.

Em 1963 Maciunas reuniu suas ideias e escreveu o que seria o Manifesto do grupo, feito com colagens e significados retirados do dicionário:

''Livrem o mundo da doença burguesa, da cultura 'intelectual', profissional e comercializada. Livrem o mundo da arte morta, da imitação, da arte artificial, da arte abstrata... Promovam uma arte viva, uma antiarte, uma realidade não artística, para ser compreendida por todos, não apenas pelos críticos, diletantes e profissionais... Aproximem e amalgamem os revolucionários culturais, sociais e políticos em uma frente unida de ação.''

Baseado nessa ideia, o Fluxus pregava a arte centrada no poder da criatividade e não em somente um artista em si, incentivando o chamado 'Do it yourself'(faça você mesmo) e mantendo diversas mentes em forma de unidade. Criavam suas obras em conjunto, a fim de se distanciar da arte moderna que era de poder da burguesia, utilizavam de qualquer tipo de material que encontravam, desde um frasco de remédios até um rolo de filmes, como a obra Instant Happenings criada por James Riddle em 1964.

O grupo produzia todos os tipos de obras, desde filmes à esculturas. Reunia músicos, escritores, escultores, pintores, fotógrafos, enfim, todos os tipos de artistas, como; John Cage, Yoko Ono, Henry Flynt, Joseph Byrd, Dick Higgins, La monte Young, entre outros. Ao descrever as atividades do Fluxus em Nova York, o filósofo Henry Flynt utilizou pela primeira vez o termo 'arte conceito', cunhando o que chamamos de 'conceitualismo'.

Filme 'One' feito em 1965 com Yoko Ono

A radicalidade das performances e obras do grupo abriu espaço para que outras pessoas apresentassem esse tipo de material sem pertencerem ao grupo, provocando uma certa aceitação à arte conceito.

As performances do grupo eram feitas para provocar quem as assistia. Maciunas dizia que o intuito das performances era de irritar, chocar e perturbar, o grupo abominava a ideia de somente entreter os espectadores. Um exemplo seria a performance 'Vagina Painting', realizada por Shigeko Kubota durante o Perpetual Fluxus Festival em 1965. Shigeko ficava em posição de cócoras com o pincél preso dentro da roupa de baixo enquanto ela se movia rabiscando sobre uma folha.

Após a morte de George Maciunas, em 1978, os historiadores consideraram o fim oficial do Fluxus mas o co-fundador Dick Higgins continuou com as atividades do grupo. Com o advento da internet, nos anos 90, fez com que o Fluxus tivesse ainda mais força. Artistas de todo o mundo, inclusive os que estavam envolvidos com a atividade do grupo antes, se reunem na internet para organizar eventos e discutir ideias. O espírito do grupo permanece vivo até hoje, desprezando o contexto em que foram inseridos na história da arte, dizendo aos artistas para não se renderem a comercialização e contribuírem uns com os outros para a realização da arte, que deve ser compreendida e produzida por todos.

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