Burocracia do fim de uma longa amizade
serve para lhe dizer, senhor
a. n., que depois do que
me fez, levei ao lixo cada objecto
que conservava a sua memória e que
eduquei a cabeça a pensar só em
excrementos sempre que por inércia
me quiser aborrecer com lembranças
do que vivi perto de si. que tolice, a
cabeça prega-nos truques, mas com o
presente estará sanado o vício e o
senhor, de vício, passará a ser um
cidadão livre da minha admiração e
cuidado. vai escrito aos dias vinte
de abril de dois mil e sete e vigora
em território nacional e comunitário
por aplicação directa e no resto do
mundo por força dos acordos tácitos
de quem tem vergonha na cara. no mais,
saiba que este poema o obriga a não
chegar à minha pessoa a menos de
vinte mil metros e a não me dirigir
palavra. com vocação para toda a
vida, este poema não é nada comparado
com a traição de que foi capaz. já penso
em excrementos quando escrevo
estes últimos versos e o meu coração
fecha-se naturalmente a toda e qualquer
ternura da sua amizade
MÃE, valter hugo. Burocracia do fim de uma longa amizade. In: Poemas. Rio de Janeiro: Oficina Raquel, 2009.
Com relação às formas de enunciação e às variações linguísticas, nota-se que valter hugo mãe constrói seu texto baseando-se predominantemente em:
A
subjetividade e variação diastrática.
B
objetividade e variação diafásica.
C
subjetividade e variação diatópica.
D
objetividade e variação diastrática.
E
objetividade e variação diatópica.
Soluções para a tarefa
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Resposta:
D-objetividade e variação diastrática
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