Breve pesquisa sobre a família do Pepetela.
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Resposta:
Um dos maiores nomes da literatura angolana, Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, mais conhecido como Pepetela, nasceu no dia 29 de outubro de 1941 em Angola, na região litorânea de Benguela. Sua família tinha raízes fincadas entre os colonos deste país da África, porém seus pais já eram angolanos de nascimento.
Pepetela realiza seus primeiros estudos, o Primário e parte do Secundário, em sua terra natal, onde permaneceu até 1956. Logo depois partiu para Lubango, pois só aí teve a possibilidade de completar seus estudos, no Liceu Diogo Cão, seguindo posteriormente para Lisboa, com o objetivo de cursar o Instituto Superior Técnico.
Resposta:
, do angolano Pepetela, romance publicado em 1997,
descreve a vida cotidiana de Baltazar Van Dum, holandês católico residente
em Luanda desde 1616. Van Dum é uma figura saliente do enredo, encarnando o
tipo ladino dos que conseguem agradar a Deus e ao Diabo, pois é um flamengo
do sul, mas ligado à religião católica, por ter sido súdito do rei de Espanha.
O romance é um relato longo 406 páginas através das quais Pepetela relê
um episódio da história angolana, mais precisamente os sete anos (de 1642 a
1648) em que os holandeses, estabelecidos com a Companhia das Índias Ocidentais,
realizaram um enorme tráfico de escravos, de Luanda para o Brasil, principalmente.
Exatamente por isso, o romance traz como subtítulo “O tempo dos flamengos”,
numa alusão ao período em que os “mafulos” nome com que os holandeses eram
conhecidos em Angola dominaram boa parte da região.
Ao longo de doze capítulos, são mostradas as transformações que, durante sete anos, vai sofrendo o
protagonista e todos os que o rodeiam, a começar pelos membros da sua extensa família mestiça. O
romance se conclui com a chamada Restauração de Angola, a reconquista de Luanda
por Salvador Correia de Sá e Benevides e a conseqüente expulsão dos holandeses,
que não inclui Van Dum, o qual permanece na cidade dedicando-se ao seu negócio
de sempre, o tráfico de escravos para o Brasil.
Pepetela faz uma significativa releitura da história angolana, revelando o que
há por detrás de episódios que a história tradicional mostrou apenas superficialmente,
através de um discurso crítico e irônico.
A ação, como vimos, acontece entre 1642 e 1648, durante os sete anos de dominação
holandesa. Van Dum vivera vinte e cinco anos em Luanda entre os portugueses
da sua religião e manteve-se na cidade quando ela foi dominada pelos seus compatriotas
calvinistas, tendo o grosso da comunidade portuguesa fugido para Massangano,
no interior, na confluência dos rios Kuanza e Lucala.
Para situar o contexto do livro, observamos que a gloriosa família que aparece
na narrativa é constituída por Baltazar Van Dum e seus onze filhos (três dos
quais são resultado de sua união com escravas). Mas A gloriosa família
do título não é apenas a de Baltazar, mas a sociedade angolana como um todo,
da qual a família retratada é apenas um embrião.
O cenário angolano em que se desenvolve a narrativa é envolvido por um exuberante
componente mítico, de vez que, além dos mitos africanos, que sustentam a história
na sua base, a mitologia clássica, a mitologia germânica e histórias extraídas
do imaginário popular compõem um grande quadro que intensifica a narrativa ficcional,
colaborando para a releitura da história oficial e para validar a visão crítica
que perpassa todo o texto.
O mundo de mitos, de prodígios, de acontecimentos inusitados que constitui a
mitologia africana tem presença marcante na estrutura de A gloriosa família.
Um do exemplos pode ser encontrado no narrador do romance. Tal narrador uma
das instâncias mais surpreendentes da obra é um escravo mudo e analfabeto
e sua função era a de seguir o patrão, Baltazar Van Dum, a todos os lugares,
o que lhe dá a condição de ver e de ouvir tudo aquilo que será matéria de sua
narração. Mas uma pergunta poderia ser formulada: como alguém que não fala e
que é analfabeto pode ser o sujeito da enunciação de um texto narrativo? É aí
que entra o mundo mágico que se estende pelo continente africano. E são os poderes
desse mundo que vão dar ao narrador as condições e a confiança para poder contar
a história de Baltazar Van Dum e de sua família.
E isso se deve ao fato de que ele usará poderes desconhecidos dos que se
ocultam no pó branco da pemba ou nos riscos traçados nos ares das encruzilhadas
pelos espíritos inquietos.
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Explicação: Fonte: passeiweb