Português, perguntado por giuliapedrorocha, 1 ano atrás

BOLHAS

Isso sempre existiu e é um comportamento humano pra lá de natural: não gostamos de passar nervoso. Sim, olha só, odiamos ficar irritados! Que descoberta, não é mesmo? E, nesses casos, preferimos evitar o fato que nos irritou, substituindo-o por algo agradável. E isso inclui pessoas, obviamente.

Na vida real, não é tão fácil assim. Por fatores da vida, muitos deles dificilmente modificáveis, somos obrigados a frequentar estabelecimentos no bairro, fazemos trajetos em que determinadas pessoas estão presentes com frequência, temos pessoas desagradáveis como colegas profissionais e também vizinhança, e quase nunca conseguimos fazer algo para nunca mais encontrá-las – e, ainda que façamos, nada impede que outras apareçam.

Mas na internet a coisa é diferente, especialmente com as redes sociais. É em razão disso que surgem as bolhas (...)

VOLUNTÁRIA/DELIBERADA

Todos nós (sim, todos), aos poucos, vamos eliminando das redes sociais aquelas pessoas mais chatas que, não raramente, são aquelas de quem mais discordamos. A bolha não acontece de uma hora para outra; ela resulta desse processo, que leva tempo. E vale para time de futebol, música e obviamente política. Assim, por nossa ação deliberada, vamos pouco a pouco nos fechando em diversas bolhas temáticas/ideológicas.

ALGORÍTMICA

Não bastasse nossa ação voluntária, há também os “algoritmos” das redes, que selecionam o conteúdo de nossas timelines. O objetivo de uma rede é que todos interajam mais e mais, de modo que elas tendem a mostrar o que é de nosso (ou melhor, o que “acreditam” ser de nosso interesse). Assim, aparecem posts das pessoas com quem mais interagimos (sim, são quase sempre as pessoas que nos são mais agradáveis e, eureka!, com quem geralmente concordamos). Desta feita, mesmo não bloqueando ou deixando de seguir de maneira deliberada, aqueles de quem discordamos vão sumindo aos poucos.

Algumas pessoas, diante disso, passam a acreditar que TODO MUNDO pensa da mesma forma, dada a hegemonia em suas redes. Na verdade, por óbvio, é apenas um grupo, devidamente selecionado (por ação direta ou efeito algorítmico). Não por acaso, quando 99% do mundo pensa de forma diferente daquela expressa numa bolha, os integrantes de tal redoma chegam a ficar assustados com a dissonância – o choque do fanático quando percebe que o resto do mundo não partilha de suas crendices (e isso muitas vezes leva à agressividade).

(...)

Fernando Gouveia



http://www.implicante.org/colunas/fernando-gouveia/a-pos-verdade-esta-na-moda-mas-nem-todos-sabem-realmente-do-que-se-trata/ Acesso em 17.04.2017



“... somos obrigados a frequentar estabelecimentos no bairro”



Sobre a passagem acima, retirada do texto, pode-se afirmar que

A exemplifica a voz reflexiva, pois pretende indicar que os usuários se obrigam a determinadas ações.
B constitui uma construção da chamada voz passiva sintética, também denominada pronominal.
C é uma oração representativa da voz ativa, cujo sujeito (o que nos obriga) pode ser considerado indeterminado.
D é frase equivalente a “Obrigamo-nos a frequentar estabelecimentos no bairro”.
E corresponde, na voz ativa, à construção: “Obrigam-nos a frequentar estabelecimentos no bairro”.

Soluções para a tarefa

Respondido por AndreVinicius22
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Resposta letra E

A passagem constante do enunciado é da voz passiva analítica (com o verbo “ser”), sem a presença do agente da passiva. Sua conversão para a voz ativa gera um sujeito indeterminado, com o verbo na terceira pessoa do plural, no presente. Registre-se que, na letra “d”, a voz é reflexiva (o sujeito “nós” pratica e sofre a ação).

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