Biografia de Jorge Amado
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Jorge Amado (1912-2001) nasceu na Fazenda Auricídia, em Ferradas,
município de Itabuna, Bahia, no dia 10 de agosto de 1912. Filho do
fazendeiro de cacau, João Amado de Faria e Eulália Leal Amado. Passou a
infância na cidade de Ilhéus, onde aprendeu as primeiras letras. Cursou o
secundário no Colégio Antônio Vieira em Salvador. Aos 12 anos foge do
internato e vai para Itaporanga, em Sergipe, onde morava sua avô. Passou
os anos da sua adolescência no meio do povo, tomando conhecimento da
vida popular que iria marcar fortemente sua obra de romancista.
Começou com 14 anos a participar da vida literária, sendo um dos
fundadores da "Academia dos Rebeldes", grupo de jovens que, juntamente
com o "Arco e Flecha" e o "Samba", desempenharam importante papel na
renovação das letras baianas. Comandados por Pinheiro Viegas, figuraram
na Academia dos Rebeldes, além de Jorge Amado, os escritores João
Cordeiro, Dias da Costa, Alves Ribeiro, Edison Carneiro, Valter da
Silveira, e Clóvis Amorim.
Em 1927, com apenas 15 anos, ingressou como repórter no "Diário da
Bahia" e também escrevia para a revista "A Luva". Aos dezenove anos
publicou seu primeiro romance "O País do Carnaval". Nessa época já
estava no Rio de Janeiro, em contato com nomes importantes da
literatura. Foi redator chefe da revista carioca "Dom Casmurro", em
1939.
Em 1933 lança seu segundo livro "Cacau". Depois vieram vários romances
que retratavam o dia a dia da cidade de Salvador, entre eles "Mar
Morto", 1936 e "Capitães de Areia", 1937, que retrata a vida de menores
delinquentes, sendo na época proibido pela censura do Estado Novo.
Jorge Amado foi casado com a escritora Zélia Gattai (1916-2008), que aos
63 anos começou a escrever sua memórias. Teve dois filhos, João Jorge,
sociólogo e autor de peças para teatro infantil, e Paloma, psicóloga,
casada com o arquiteto Pedro Costa. É irmão do médico neuropediatra
Joelson Amado e do escritor James Amado.
Participou do movimento da frente popular da Aliança Nacional
Libertadora. Foi exilado na Argentina, no Uruguai, em Paris, em Praga e
ainda morou em diversos países. Recebeu vários prêmios, títulos
honoríficos. Foi membro correspondente da Academia de Ciências e Letras
da República Democrática da Alemanha; da Academia das Ciências de
Lisboa; da Academia Paulista de Letras; e membro especial da Academia de
Letras da Bahia. Foi membro da Academia Brasileira de Letras, ocupando a
cadeira de nº 23.
Jorge Leal Amado de Faria faleceu no dia 6 de agosto. Seu velório foi
realizado no Palácio da Aclamação em Salvador. Foi cremado, a seu
pedido, e suas cinzas foram colocadas ao pé de uma mangueira, em sua
casa na Bahia.Jorge Amado (1912-2001) foi escritor brasileiro. O romance "Gabriela
Cravo e Canela" recebeu os prêmios Jabuti e Machado de Assis. Seus
livros foram traduzidos para quase todas as línguas. Foi Membro da
Academia Brasileira de Letra, ocupando a cadeira de nº 23. Iniciou sua
carreira de escritor com obras de cunho regionalista e de denúncia
social. Passou por várias fases até chegar na fase voltada para crônica
de costumes. Politicamente comprometido com ideias socialistas foi preso
duas vezes, uma em 1936 e outra em 1937. Exilado, viveu em Buenos
Aires, França, Praga e em vários outros países com democracias
populares. Voltou para o Brasil em 1952. Entre suas obras adaptadas para
a televisão, cinema e teatro estão "Dona Flor e Seus Dois Maridos",
"Gabriela Cravo e Canela", "Tenda dos Milagres" e "Tieta do Agreste".
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Avô, mesmo que a gente morra, é melhor morrer de repetição na mão, brigando com o coronel, que morrer em cima da terra, debaixo de relho, sem reagir. Mesmo que seja pra morrer nós deve dividir essas terras, tomar elas para gente. Mesmo que seja um dia só que a gente tenha elas, paga a pena de morrer".
(Os Subterrâneos da Liberdade - Agonia da Noite)