Becos de Goiás
Becos da minha terra...
Amo tua paisagem triste, ausente e suja.
Teu ar sombrio. Tua velha umidade andrajosa.
Teu lodo negro, esverdeado, escorregadio.
E a réstia de sol que ao meio-dia desce fugidia,
e semeias polmes dourados no teu lixo pobre,
calçando de ouro a sandália velha, jogada no monturo.
Amo a prantina silenciosa do teu fio de água,
Descendo de quintais escusos sem pressa,
e se sumindo depressa na brecha de um velho cano.
Amo a avenca delicada que renasce
Na frincha de teus muros empenados,
e a plantinha desvalida de caule mole
que se defende, viceja e floresce
no agasalho de tua sombra úmida e calada
CORALINA, Cora. Becos de Goiás. In: Cultura genial. Disponível em: . Acesso em: 1 out. 2020. Fragmento. (P100965I7_SUP)
(P100969I7) O que torna esse texto literário?
A descrição de memórias afetivas.
A disposição em formato de soneto.
A presença de elementos irreais.
O emprego de vocabulário em desuso.
O ritmo resultante de sons iguais.
Soluções para a tarefa
O gabarito para essa questão é a LETRA A: A descrição de memórias afetivas.
Note que o eu lírico fala, no texto, de sua terra natal (Góias).
A terra natal pode ser identificada no título.
Ele deixa claro seu amor pela terra onde nasceu, mencionando várias coisas que lhe agradam na mesma.
Veja alguns versos que comprovam isso:
"Amo tua paisagem triste, ausente e suja."
"Amo a prantina silenciosa do teu fio de água,"
"Amo a avenca delicada que renasce"
Espero ter ajudado!
O poema escrito por Cora Coralina enfatiza a memória do eu-lírico em seu Estado natal (A).
Expressões como: "Amo tua paisagem triste, ausente e suja. Teu ar sombrio. Tua velha umidade andrajosa" e "Amo a prantina silenciosa do teu fio de água..." marcam a memória da poetisa em relembrar do seu local de origem.
Cora Coralina é o pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, nascida no final do século XIX.
Cora fora uma autora simples e do interior. Suas obras literárias beiravam ao singular e era alheia à literatura famosa das grandes cidades. Num cenário rural, escrevia sobre a sua vida em Goiás.
A poetisa escrevia com uma linguagem simples e de fácil entendimento e utilizava do folclore brasileiro para compor suas obras.
Algumas frases da autora: "Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina" e "O saber se aprende com os mestres. A sabedoria, só com o corriqueiro da vida".
Saiba mais em: brainly.com.br/tarefa/27801206