basta! Quanto homicídios !
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Em 2006, ano anterior ao início da gestão Cid Gomes, o Ceará registrou 1.565 homicídios. Na época, a situação já era considerada grave, tanto que a promessa do Ronda do Quarteirão ajudou a eleger o governador. A ideia foi elogiada por especialistas e o investimento foi grande, mas o quadro só piorou. Assustada, a população viu o número de assassinatos aumentar ano a ano. O resultado final foi desastroso: 2014 fechou com 4.439 homicídios,
quase o triplo do contabilizado em 2006.
Não é fácil entender o que aconteceu. Por que a explosão de homicídios se houve aumento nos investimentos, com mais policiais na rua e construção de equipamentos importantes como a Academia de Segurança Pública e a Controladoria de Disciplina? O discurso mais fácil é atribuir o problema ao avanço do crack. Mas a questão não é tão simples.
A epidemia do crack, com traficantes dominando territórios, é uma das explicações para o aumento da violência, assim como a falta de políticas públicas e a lentidão da Justiça. Mas há um elemento a mais que contribuiu para agravar o problema: a falta de controle do Governo sobre a tropa policial.
O primeiro secretário da Segurança na gestão Cid, Roberto Monteiro, demonstrava ser extremamente correto, mas nunca conquistou o apoio da tropa. Na pressa de iniciar o programa Ronda do Quarteirão, o tempo de formação dos policiais foi reduzido. A escala de trabalho era exaustiva. Os militares circulavam em luxuosas viaturas, mas não se sentiam motivados.
A situação se agravou quando o comando da secretaria passou para o coronel Francisco Bezerra. Em sua gestão, houve a pior crise, com a greve dos militares. Depois disso, o Governo nunca retomou controle pleno sobre a PM. O último secretário, Servilho Paiva, ainda conseguiu algum avanço com a política de metas e premiações, mas teve pouco tempo. Agora, é torcer para que a abertura do diálogo entre a nova gestão e a Polícia ajude na missão urgente de se reduzir os homicídios.