Baleia Azul é o nome atribuído a um conjunto de 50 desafios diários e autodestrutivos — ganhou repercussão midiática ao fazer vítimas fatais. Em todo o mundo, jovens e adolescentes se envolveram com o sinistro convite ao suicídio. A partir da obra de Durkheim, qual tipo de suicídio podemos associação as mortes desencadeadas por esse “jogo” e por quê?
_________________________________________________________
Soluções para a tarefa
Desafios na internet: porque você deve prestar atenção
Você já notou como, de tempos em tempos, uma brincadeira viraliza nas redes sociais? Por vezes, elas usam o lúdico como forma de apoio a causas nobres, como ocorreu em 2014, com o desafio do Balde de Gelo.
A proposta era que as pessoas virassem um balde de água gelada, ou com gelo, sobre suas cabeças e se filmassem no ato, compartilhando o feito em seguida. A onda atingiu de anônimos a celebridades, como Bill Gates, Mark Zuckerberg, Ivete Sangalo, Luciano Huck e Neymar.
O diferencial desse desafio era o propósito com o qual estava envolvido: angariar fundos para instituições de pesquisa e apoio a pacientes com esclerose lateral amiotrófica (ELA). Com a ampla divulgação e adesão à brincadeira, o resultado da arrecadação chegou a 115 milhões de dólares.
O Balde de Gelo é um exemplo positivo — que bom seria se todos os virais seguissem essa premissa!
Contudo, as ações nobres são exceções nos desafios promovidos na internet. Muitos são apenas bobinhos, nonsense. Talvez essa característica acabe nos fazendo crer que todas as dinâmicas propostas sejam, sempre, inofensivas e divertidas.
Aí que mora o perigo! Prejulgamos que, quando uma criança ou adolescente diz que está fazendo um vídeo, uma foto, uma certa atividade, porque está participando de uma brincadeira da rede, não há motivos para preocupações. Satisfeitos com a resposta, damos às costas para o que, de fato, pode estar acontecendo.
O desafio da Baleia Azul
Baleia Azul foi mais um dos desafios que viralizaram. Hoje sabemos que não se tratava de um jogo inocente e sem consequências. Porém, por falta de informação adequada, quantos pais deixaram de perceber indícios de que seus filhos estavam correndo riscos?
Portanto, mantenha-se alerta. Entenda que a convivência não se restringe aos amigos e conhecidos “reais”. Por meio de diversos aplicativos, conversas e vínculos com estranhos podem — e tendem — a ocorrer. Em certos casos, inclusive, as redes virtuais são os principais meios de socialização de adolescentes.
Assim como você busca se atualizar sobre o que acontece no mundo, consuma notícias que falem sobre o que se passa na internet. É uma forma de prevenção.
Não pense que tudo é bobagem — e, muito menos, tenha essa postura com seu filho. Mantenha o interesse e o diálogo sobre o conteúdo online. Quanto mais natural e legítima for essa conversa, mais o adolescente irá revelar, pois se sentirá confortável para partilhar suas descobertas. Assim, caso ele venha a se deparar com algo atípico, as chances de você ficar sabendo são bem maiores.
Baleia Azul: o que motiva os jovens a participar de um jogo suicida?
Essa inquietante pergunta não conta com resposta objetiva e definitiva. Infelizmente. Pois, se fosse mais simples concluir qual o fator de risco, seria mais efetivo contorná-lo.
Precisamos compreender que a adolescência é um período singular. Redescobrindo o mundo — pois a visão infantil dá lugar a novas percepções e desejos — e lidando com ebulição de hormônios, naturalmente, o comportamento e os humores dos jovens acabam sofrendo alterações.
Isso, por si só, já complica a noção do que devemos encarar como atitudes estranhas. Também, diferente das crianças, que podemos monitorar com mais facilidade, os adolescentes querem o respeito a sua privacidade. Essa situação acaba ofuscando a vigilância de pais e responsáveis.
Em virtude da “condição da idade”, muitas das 50 tarefas da Baleia Azul passavam despercebidas pelos adultos. E outros jogos, tão perniciosos quanto esse, também.
Conheça os desafios da baleia azul
Para você ter uma ideia, dentre os desafios que o participante deveria cumprir estavam:
assistir filmes de terror, indicados pelo curador (que, depois, faria perguntas sobre cenas, para averiguar se a “missão” foi cumprida);
desenhar uma baleia azul;
cortar-se com uma navalha;
escrever códigos e palavras específicas em partes do corpo;
compartilhar certas hashtags nas redes sociais;
ouvir músicas psicodélicas por longos períodos;
subir num telhado;
furar a mão com uma agulha;
cortar o lábio;
não falar com ninguém, durante um dia inteiro;
encontrar-se com outro participante do jogo.
A última tarefa seria a de tirar a própria vida. Mas, até chegar a ela, o jogador recebia, diariamente, instruções como as que listamos acima.
Note que, muitas delas, jamais seriam detectadas pelos pais como sinais de um problema maior. Outras, como os cortes, perfurações e escritas, poderiam ser escondidas com roupas ou justificadas com falsas desculpas.