Biologia, perguntado por nanyselias04, 7 meses atrás

b) Que área científica está explícita na reportagem?​

Soluções para a tarefa

Respondido por kelendasilvadeolivei
0

Resposta:

Reportagem:

Universidade de São Paulo diz não às cotas raciais

por Wanderley Preite Sobrinho  

Enquanto todas as universidades federais e 30 das 38 estaduais aderem à reserva de vagas, a Universidade de São Paulo fala em “meritocracia”

Foi necessário um vídeo gravado às escondidas em uma sala da Universidade de São Paulo (USP) para que a discussão sobre cotas raciais na maior universidade do Brasil ganhasse as redes sociais em março. Na filmagem, um bate-boca colocava de lados opostos um grupo de ativistas negros – que interrompeu uma aula para discutir o tema – e alunos brancos mais interessados em aprender microeconomia em uma sala da FEA (Faculdade de Economia e Administração) com 100 estudantes e apenas um negro.A filmagem viralizou e, 2,5 milhões de acessos depois, sobrou a pergunta: por que a universidade resiste às cotas raciais?

A USP e a Universidade de Campinas (Unicamp) decidiram adotar o sistema de bônus, quando alunos de baixa renda recebem uma pontuação extra nas provas do vestibular – até 15% no caso da USP, desde que nunca tenham estudado em escola particular. Somente em 2014 outra universidade paulista, a Unesp (Universidade Estadual Paulista), passou a adotar cotas sociais e raciais: já no primeiro ano, a proporção de matriculados egressos de escolas públicas foi de 40,7%.

O resultado é que 32% dos estudantes da USP aprovados no vestibular de 2014 saíram do ensino público. Com isso, a quantidade de pretos, pardos e indígenas subiu de 14% para 17% do total de alunos. A opção contrasta com a de pelo menos 30 das outras 36 universidades estaduais brasileiras, que, desde 2003, passaram a reservar vagas como parte de uma política de inclusão social.

Em nível federal, a discussão começou em 1996, quando o Ministério da Justiça promoveu um seminário batizado de “Multiculturalismo e Racismo: o Papel da Ação Afirmativa nos Estados Democráticos Contemporâneos”. Em 2001, o Brasil aderiu ao Plano de Ação de Durban (África do Sul), ocasião em que o então presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu publicamente que o País ainda é racista e que o Estado precisa adotar políticas públicas para alterar essa realidade.

Uma ação concreta, no entanto, só em 2012, quando – motivado pelas universidades estaduais – o governo Dilma Rousseff assinou a Lei 12.711, determinando que as federais distribuíssem 50% de suas vagas entre quatro subcotas: candidatos egressos de escolas públicas; de escolas públicas com baixa renda; candidatos pretos, pardos e indígenas (PPIs) de escolas públicas e PPIs de escolas públicas e baixa renda.

Coordenador do Gemaa e professor de Ciência Política da UERJ e da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, João Feres Júnior afirma que a quantidade de pretos e pardos nas universidades mais do que triplicou entre 2012 (ano da lei) e 2014, ao saltar de 13 mil para 43 mil estudantes. Mas ele admite a dificuldade em colher essas informações por simples falta de dados. “É preciso trazer transparência a esses números.”

Por enquanto, suas pesquisas indicam que a evasão escolar de cotista é menor ou maior dependendo da universidade e que o desempenho, em 43 carreiras pesquisadas, é um pouco menor entre os cotistas: nota 8,5% abaixo da média. Mas, nas carreiras com predominância de matérias exatas, essa diferença pode chegar a 73%. Outra pesquisa, agora na UERJ, indicou que as notas de cotistas da turma de 2005/2009 era muito similar às dos não cotistas. Em Medicina e Administração, a nota dos beneficiários foi ligeiramente superior em alguns anos.

Para o pesquisador, a inclusão de cotistas divide a opinião dos gestores das universidades. Enquanto aqueles que pregam “eficiência” tendem a rejeitar as cotas, esse sistema passa a ser “defensável” quando “o gestor entende que o desempenho deva ser sacrificado para a promoção da igualdade”.

Questionada pela reportagem sobre sua preferência pela concessão de bônus, a USP respondeu que seu sistema “foi aprovado pelo Conselho Universitário em 2006 e tem como premissa principal a meritocracia”. As boas notícias chegam da pós-graduação: em março a congregação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) aprovou uma política de cotas para pretos, pardos, deficientes e indígenas no programa na pós em antropologia social.

Explicação:ESPERO AJUDAR!

Perguntas interessantes