AutopsicografiaO poeta é um fingidor.Finge tão completamenteQue chega a fingir que é dorA dor que deveras sente.E os que lêem o que escreve,Na dor lida sentem bem,Não as duas que ele teve,Mas só a que eles não têm.E assim nas calhas de rodaGira, a entreter a razão,Esse comboio de cordaQue se chama coração.Fernando Pessoa. Autopsicografia. In:Obra completa. Porto: Lello & Irmãos, 1975, p. 255.De acordo com o poema, é específico do processo decriação literária o fato de o poetaI escrever não o que pensa, mas aquilo que deverassente.II ser capaz de captar e expressar os sentimentos dosleitores.III transformar um elemento extraliterário, como a dor, emobjeto estético.Está certo o que se afirma apenas emA I.B II.C III.D I e II.E I e III.
#ENADE
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I e II estão corretas. Letra D.
A criação poética necessita de um eu lírico para que o conteúdo seja acessível e se torne mais acessível.
O eu lírico é a voz que elucida a poesia, e, a partir dele, nós, enquanto receptores do conteúdo, podemos entender suas sensações, desejos, vontades, frustrações, que são elencadas pelo autor justamente com o intuito de despertar sentimentos e sensações a partir da sensibilidade que a poesia apresenta ao leitor.
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