AULA 01 - ROMANCEANDO
texto 1
[...] O romance romântico brasileiro dirigia-se a um público mais restrito do que o atual: eram moços e
moças provindos das classes altas, e, excepcionalmente, médias; eram os profissionais liberais da corte
ou dispersos pelas províncias: eram, enfim, um tipo de leitor à procura de entretenimento, que não
percebia muito bem a diferença de grau entre um Macedo e um Alencar urbano. Para esses devoradores
de folhetins franceses, divulgados em massa a partir de 1830/40, uma trama rica de acidentes bastava
como pedra de toque do bom romance. À medida que os nossos narradores iam aclimando à paisagem
e ao meio nacional os esquemas de surpresa e de fim feliz dos modelos europeus, o mesmo público
acrescia ao prazer da urdidura o do reconhecimento ou da autoidealização. [...] A cronologia manda
começar pelo romance de Joaquim Manuel de Macedo [...] Macedo descobriu logo alguns esquemas
de efeito novelesco, sentimental ou cômico, e aplicou-os assiduamente até as suas últimas produções
do gênero. Compõem o quadro esses expedientes: o namoro difícil ou impossível, o mistério sobre a
identidade de uma figura importante na intriga, conflito entre o dever e a paixão [...]
texto 2
[...]Como de costume, a tarde de ser empregada em passeios à borda do mar e pelo jardim. O maior
inimigo do amor é a civilidade. Augusto o sentiu, tendo de oferecer o braço à Senhora D. Ana: mas
esta lhe fez cair a sopa no mel, rogando-lhe que o reservasse para sua neta. [...] Em uma das ruas do
jardim duas rolinhas mariscavam: mas, ao sentirem passos, voaram e pousando não muito longe, em um arbusto, começaram a beijar-se com ternura: e esta cena se passava aos olhos de Augusto e Carolina!...
Igual pensamento, talvez, brilhou em ambas aquelas almas, porque os olhares da menina e do moço se
encontraram ao mesmo tempo e os olhos da virgem modestamente se abaixaram e em suas faces se
acendeu um fogo, que era pejo. E o mancebo, apontando para ambos, disse:
Eles se amam!
E a menina murmurou apenas:
- São felizes.
-Pois acredita que em amor possa haver felicidade?
-Às vezes.
-Acaso, já tem a senhora amado!...
-Eu?!...e o senhor?
- Comecei a amar há poucos dias.
A virgem guardou silêncio e o mancebo, depois de alguns instantes, perguntou tremendo:
- E a senhora já ama também?
Novo silêncio; ela pareceu não ouvir, mais suspirou. Ele falou menos baixo:
- Já ama também?...
Ela abaixou ainda mais os olhos e com voz quase extinta disse:
- Não... Não sei...talvez...
- E a quem?...
-Eu não perguntei a quem o senhor amava.
-Quer que lhe diga?...
-Eu não pergunto.
-Posso eu fazê-lo?
-Não lhe impeço.
-É a senhora.
D. Carolina fez-se cor-de-rosa e só depois de alguns instantes pôde perguntar, forcejando um sorriso:
-Por quantos dias?
-Oh! Para sempre!... - respondeu Augusto, apertando-lhe vivamente o braço. [...]
Após a leitura e análise do texto, respondas às questões a seguir:
a)Identifique o foco narrativo do texto lido.
b)Retire do texto o trecho que evidencia comportamentos sociais característicos à época e indique qual
sentido pode ser inferido.
c) E, na atualidade, é comum presenciar comportamentos nos moldes que em se apresentam as
personagens da narrativa? Justifique.
turbandotomad:
Vlw man salvo de mais
Soluções para a tarefa
Respondido por
16
Resposta:
a) na presença do narrador onisciente em terceira pessoa e no decorrer do enredo tenso narrador personagens com a presença das falas diretas da personagem
b) striking a época os relacionamentos se instituim observando o rigores impostos pela sociedade burguesa e conservadora assim é possível perceber no início do texto como o jovem augusto se comporta frente a dona Ana e dona Carolina sinal de respeito dependendo a idade
C) sim,na atualidade é comum apresenciar comportamentos nos moldes que em se apresentam os personagens da narrativa
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