“Atualmente no Brasil, as favelas são fragmentos do período pós-escravidão. [...] A pobreza
nunca foi somente questão de classe. Gênero e raça sempre a envolveram. [...] Conforme
dados coletados pela organização social TETO Brasil nas favelas de São Paulo, em 2016,
70% de seus moradores são negros [...].”
Sobre o texto, podemos afirmar que:
a) associa o elevado número de negros vivendo em favelas ao histórico de exploração
dessa população, sobretudo o legado da escravidão.
b) atribui a desigualdade racial no Brasil ao estado de São Paulo, que desde o ciclo do
café não investe em políticas públicas para a população negra.
c) relaciona a questão racial à de gênero ao analisar as práticas de moradia da
população brasileira.
d) reforça a visão estereotipada de inferioridade ao levantar dados que não se
relacionam com a questão racial no país.
e) relaciona o processo de favelização de São Paulo à imigração europeia e oriental
incentivada no início do século XX.
Justifique sua resposta.
Soluções para a tarefa
Resposta:
e) por que eu acho que seja assim porém na minha opinião
Resposta:
Atualmente no Brasil, as favelas são fragmentos do período pós escravidão. Os negros foram excluídos e expulsos da sociedade principalmente pela ausência de políticas públicas efetivas que permitissem a verdadeira inserção dessas pessoas no convívio social. A pobreza nunca foi somente questão de classe. Gênero e raça sempre a envolveram.
Conforme dados apontados por Rita Izsák, relatora especial das Organizações das Nações Unidas sobre questões de minorias, os negros brasileiros correspondem a 70,8% de todos os 16,2 milhões que vivem atualmente em situação de extrema pobreza.
Conforme dados do IBGE, em 2014, 76% dos mais pobres no Brasil são negros, número que aumentou muito se comparado com 2004, em que o número estava em torno de 73%. Miriam Leitão se referiu uma vez ao Brasil como “a pátria distraída” por não ser capaz de perceber o próprio racismo, mas que se comove com histórias que envolvem outras nações, principalmente a americana. Ela diz que “a ausência dos negros nos eventos onde está a elite, de qualquer área, não incomoda os brasileiros. E porque tantos não veem essa ausência, podem continuar dizendo com conforto que o racismo brasileiro não existe. São os que dizem que nós apenas discriminamos os pobres. E falam isso sem pejo, sem sequer se dar conta do preconceito que a frase embute”.
Os olhos se acostumaram a ver pessoas não negras ocupando lugares de poder, mas os donos desses olhos insistem em não questionar o fato de que 54% da população brasileira é negra (segundo o IBGE) e que não vivem em uma sociedade representativa, não são protagonistas de campanhas publicitárias, não ocupam cargos bem remunerados e estão cada vez mais longe dos centros urbanos.
Conforme dados coletados pela organização social TETO Brasil nas favelas de São Paulo, em 2016, 70% de seus moradores são negros, incluindo os que se autodenominam pretos e pardos.