Através de muitos espelhos
Três edições comemoram os 150 anos de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll
Por CAROLINA VIGNA
Costumo dizer ao meu filho que ele não é obrigado a gostar, mas precisa conhecer de onde são as referências que vê em filmes, livros e games. Temos, então, uma sessão de “apresentação dos clássicos” que vão de Aristóteles a Madonna. Isso surgiu aqui em casa quando ele, ainda muito pequeno, me perguntou quem era Elvis Presley.
[...]
É bom por ser um clássico? Não necessariamente. Um dos historiadores da arte mais respeitados internacionalmente, Sir Ernst Gombrich, só para citar um exemplo, é criticado justamente por sequer falar de arte africana depois do Egito Antigo e por reduzir o Islã e a China, juntos, a um único breve capítulo. Da mesma forma, artistas mulheres são raramente mencionadas em seu best seller.
Portanto, se estou partindo da ideia de clássico e estou inserida em uma cultura ocidental, você já pode rapidamente se transportar geograficamente para a Europa, convivendo com ou pertencendo à classe dominante.
Imagine que você está em um agradável passeio de barco pelo rio Tâmisa e três meninas entediadas precisam ser entretidas antes da invenção do smart phone.
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As irmãs Lorina Charlotte, Edith Mary e Alice Pleasance Liddell, filhas de Henry George Liddell, em 4 de julho de 1862, ouviram de Charles Lutwidge Dodgson (mais conhecido por Lewis Carroll e que, na época, trabalhava em Oxford e já era amigo da família) a estória de uma menina chamada Alice. A estória precisava ser boa. E era. Um clássico.
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Alice tem ainda muitas camadas de interpretações, inclusive as que dizem respeito à biografia de Carroll. O buraco do coelho, por exemplo, é uma referência à piada particular de Oxford de chamar as escadas na parte de trás do salão principal da Christ Church de “rabbit hole”. [...]
As metáforas de infância, crescimento e amadurecimento são tema recorrente em estórias dessa virada de século. Um pouco depois de Alice, Sir James Matthew Barrie escreveu Peter Pan, também inspirado em uma criança, no menino Peter Llewelyn Davies. Ser fonte de inspiração de um personagem desses não é uma carga leve e assombrou Peter por toda a sua vida […].
Vladimir I. Propp, em Morfologia do conto maravilhoso, coloca o início da narrativa quando, depois da definição do espaço ou do tempo, necessariamente, um personagem toma conhecimento de algo através de outro e isto liga a função precedente à que vem a seguir. Como, por exemplo, um coelho de colete que mostra onde é uma passagem para o mundo mágico.
Essa coisa de passagem, aliás, é repetida ad nauseam na literatura desde a saída da caverna de Platão até os mais recentes, como o armário em As crônicas de Nárnia. É uma forma de apresentar ao leitor o momento de ruptura entre a “realidade” e a “fantasia” e garantir a possibilidade de retorno ao status quo dessa realidade proposta. Falo em status quo porque o objetivo original desses contos era bastante reacionário e conservador.
[...]
1) Releia: “Costumo dizer ao meu filho que ele não é obrigado a gostar, MAS precisa conhecer de onde são as referências que vê em filmes, livros e games.” O termo em destaque
A) estabelece uma relação de CONTRASTE entre as orações.
B) estabelece uma relação de EXPLICAÇÃO entre as orações.
C) estabelece uma relação de EXEMPLIFICAÇÃO entre as orações.
E) estabelece uma relação de COMPARAÇÃO entre as orações.
2) Releia: “[...] Sir Ernst Gombrich, só para citar um exemplo, é criticado justamente por sequer falar de arte africana depois do Egito Antigo e por reduzir o Islã e a China, juntos, a um único breve capítulo. DA MESMA FORMA, artistas mulheres são raramente mencionadas em seu best seller.” A expressão em destaque *
A) estabelece uma relação de CONTRASTE entre as orações.
B) estabelece uma relação de EXPLICAÇÃO entre as orações.
C) estabelece uma relação de EXEMPLIFICAÇÃO entre as orações.
D) estabelece uma relação de COMPARAÇÃO entre as orações.
Soluções para a tarefa
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6
Resposta:
1- a) estabelece uma relação de CONTRASTE entre as orações.
2- d) estabelece uma relação de COMPARAÇÃO entre as orações.
Explicação:
1- A conjunção “MAS” estabelece uma relação de CONTRASTE entre as orações: “[...] ele não é obrigado a gostar, MAS precisa conhecer [...]”.
2- A expressão em destaque estabelece uma relação de COMPARAÇÃO entre a oração “[...] artistas mulheres são raramente mencionadas em seu best seller” e as orações anteriores.
Respostas do dia 27/05/2021
Ciências | 9º Ano | Aula 6 | 1- A 2- C
Ed. Física | 9º Ano | Aula 4 | 1- B 2- B
História | 9º Ano | Aula 7 | 1- A 2- C
Português | 9º Ano | Aula 11 | 1- A 2- D
Matemática | 9º Ano | Aula 11 | 1- C 2- A
Espero ter ajudado <3
Respondido por
0
Resposta:
1a
2d
Explicação:
(⌐■-■)
Otakofudido:
Nhaa de boas tbm n fico mt aqui
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