Atividade - ler o texto, compreender o vocabulário e reescrever numa linguagem em que haja entendimento, isto é, comunicação.Abaixo do texto segue os termos para entender a fala de Rui Barbosa.
Os patos de Rui Barbosa
Diz a lenda que Rui Barbosa, ao chegar em casa, ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal. Chegando lá, constatou haver um ladrão tentando levar seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus amados patos, disse-lhe:
- Oh, bucéfalo anácrono! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada.
E o ladrão, confuso, diz:
"- Dotô, eu levo ou deixo os pato?"
Obs: O significado do vocabulário já está de acordo com o contexto do texto, para uma melhor compreensão.
VOCABULÁRIO:
bucéfalo anácrono - homem de bigodes (pelugem) - fora da moda
interpelo - questiono
intrínseco - valor próprio de algo
bípedes - animais de dois pés.
palmípedes - pés de patos
ato vil e sorrateiro - de pouco valor,ardiloso, disfarçado
profanar- violar
recôndito - oculto, escondido.
ovíparos - que põe ovos
sorrelfa e à socapa -disfarçadamente, furtivamente.
transijo - concordo
prosopopeia - personificação, atribuição de qualidade
fosfórica - brilhante
sinagoga - cabeça - templo
ímpeto - rapidez
quinquagésima potência - 50 vezes.
vulgo - povo
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Soluções para a tarefa
Resposta:
Resposta. I e v
I= A compreensão parcial do texto se dá porque podem ser conhecidas do leitor ,bem como o contexto permite o entendimento das palavras desconhecidas
V= os vocabulários utilizados não são contemporâneos mas também não são ultrapassados . Até hoje podem ser utilizados em outra situação de interlocução.
Ao reescrever o texto em uma linguagem em que haja compreensão, ou seja, que facilite a compreensão, podemos ter o seguinte:
- Oh, bigodudo! Não o questiono pelo valor intrínseco dos animais de dois pés que você está roubando, mas sim pelo ato errado e mau de invadir o interior da minha casa, levando disfarçadamente meus animais que põe ovos. Se você faz isso por necessidade, concordarei; mas se está fazendo para zombar da minha fama de cidadão digno e honrado, vou bater minha bengala brilhante na sua cabeça, e o farei tão rápido que você será reduzido a cinquenta vezes o que o povo chama de nada.
Há várias maneiras de se falar a língua portuguesa. Há a maneira culta/formal (que preza pela correção ortográfica e gramatical, e em que podem se usar palavras incomuns, não usuais) e a informal, falada nas ruas, em situações cotidianas, onde não há tanta preocupação com a correção e onde gírias podem ser usadas.
Há ainda os jargões, palavras usadas por áreas profissionais específicas, e os regionalismos, termos usados em uma região do país e que não usados em outras.
Assim, é preciso ter cuidado com o preconceito linguístico, ou seja, não destratar uma determinada maneira de falar. Cada maneira tem o seu uso, sua hora e seu lugar. O mais importante é fazer com que a comunicação seja efetiva. Como a própria questão mostrou, a linguagem culta não ajudou Rui Barbosa a se comunicar com o ladrão. Portanto, não foi efetiva nesse caso.
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