Question

Atividade interpretativa sobre

Regime Militar no Brasil

1. No romance Em câmara lenta, de 1977, ainda sob a ditadura militar, o ex-preso político Renato Tapajós, em

sua obra literária, propunha pela primeira vez como tema para reflexão a repressão e a luta armada. Analise o

trecho a seguir e responda às questões.

Naquela manhã todas as estações de rádio tocavam marchas militares. Ele caminhava pela rua, em direção

à escola. O dia estava escuro, nuvens baixas, a luminosidade cinzenta espalhava nos rostos e nos prédios uma

atmosfera de opressão. Na véspera, ele havia participado de uma passeata e ouvira notícias vagas de que

algo estava acontecendo em Minas. Manifesto do governador e, ao que parecia, levante de algumas unidades

do Exército. No entusiasmo da passeata, ele tinha pensado que aquilo era uma tentativa desesperada da

direita e que ia mesmo era servir para desencadear de vez a revolução. Agora não estava entendendo mais

nada. Andando na rua via, debaixo daquele céu cinzento e opressivo, os rostos normais das pessoas de todos

os dias.

TARAJÓS, Renato. Em câmara lenta: romance 2. ed. São Paulo: Alfa-Omega, 1977. p. 63-64.

a) Aponte uma passagem em que o narrador faz referência ao golpe de Estado de abril de 1964.

b) A qual fato histórico o narrador faz referência ao mencionar que “algo estava acontecendo em Minas"?

c) De acordo com o texto, a personagem da história era a favor ou contra o golpe? Justifique a resposta.

d) Comente a última frase do texto, procurando explicar por que a personagem se surpreendeu com a reação das

pessoas que andavam pelas ruas, no dia seguinte ao golpe militar.

2. O político e escritor Alfredo Syrkis atuou no movimento estudantil brasileiro e participou da luta armada. Leia o

trecho a seguir e responda.

Na verdade, foi uma geração, como eu gosto de dizer, que se trifurcou, no Brasil. Uma parte dela,

após o AI-5, quando a ditadura se transformou em ditadura total, foi para a luta armada, para a

clandestinidade; outra parte resolveu ir fundo na questão da contracultura, procurando criar um universo à

parte, em que fosse possível viver: foram as comunidades rurais, o uso de drogas, sobretudo das

alucinógenas, como o LSD. As pessoas passaram a viver juntas em comunidade, pequenas famílias, tentando

não ler jornal, sair daquela realidade, sair daquele bode, como se dizia na época. Foram as pessoas que se

tornaram hippies. E houve um terceiro segmento daquela geração, que acabou rapidamente se integrando

àquilo que o sistema oferecia.

SYRKIS, Alfredo. Os paradoxos de 1968. In: GARCIA, Marco Aurélio, VIEIRA, Maria Alice (Orgs.). Rebeldes e

contestadores: 1968 – Brasil , França e Alemanha. 2. ed. São Paulo: Fundação Perseu Abramo. 2008. p. 112.

a) A qual segmento da sociedade o autor faz referência quando se utiliza do termo “uma geração”?

b) De acordo com o texto, que influência teve o Al-5 na definição dos rumos da “geração” referida? Todos

tomaram o mesmo caminho? Justifique.

3. A canção “Apesar de você”, de Chico Buarque de Holanda, foi lançada em 1970. Cerca de 100 mil exemplares

do compacto foram vendidos antes que a censura apreendesse os discos. Analise o trecho da canção e responda.

Hoje você é quem manda

Falou, tá falado

Não tem discussão, não.

A minha gente hoje anda

Falando de lado
E olhando pro chão, viu?

Você que inventou esse estado

Inventou de inventar

Toda a escuridão

Você que inventou o pecado

Esqueceu-se de inventar

O perdão

Apesar de você

Amanhã há de ser

Outro dia

Eu pergunto a você

Onde vai se esconder

Da enorme euforia

Como vai proibir

Quando o galo insistir

Em cantar

Água nova brotando

E a gente se amando

Sem parar

[...]

HOLANDA, Chico Buarque de. Apesar de você. In: Chico Buarque.

Rio de Janeiro: Universal Music Brasil, 1968. 1 CD. Faixa 11.

a) Com base na conjuntura histórica e política da época em que a canção foi composta, interprete a frase em que

Chico Buarque de Holanda diz: “a minha gente hoje anda falando de lado e olhando pro chão”.

b) A quem ele se refere quando diz “você que inventou esse estado”?

c) O que o autor defende quando afirma que “apesar de você amanhã há de ser outro dia"?

​

Answer 1

Resposta:

não vou saber essa desculpa

Explicação:

...