Até o início do século XX, como era o estudo da Língua Portuguesa,
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Mesmo no Século XXI, é comum observarmos, nas escolas, uma prática pedagógica de Língua Portuguesa voltada exclusivamente para o ensino da gramática normativa, como um estudo prescritivo. Nele predomina uma visão analítica da língua, sob a qual estudamos as partes segmentadas de um todo chamado Gramática, com ênfase para Fonologia, Morfologia e Sintaxe, por meio de frases soltas, descontextualizadas.
Um estudo realizado na cidade de São Paulo (NEVES, 2001), empreendido com 170 professores dos ensinos fundamental e médio, por exemplo, atesta que 62,67% das aulas de Português são voltados para exercícios de reconhecimento de classes de palavras e de funções sintáticas.
Talvez isso encontre certa explicação na tradição construída a partir do Século XIX, quando a disciplina Português – tardiamente, cumpre-nos salientar – passou a fazer parte dos currículos escolares brasileiros (SOARES, 1996). Até então o que tínhamos era a Língua Portuguesa para a alfabetização. Até meados do Século XVIII, quando ocorreu a Reforma Pombalina, os jesuítas dominavam o ensino brasileiro com sua metodologia pedagógica, na qual não havia espaço para a língua portuguesa. Da alfabetização, passava-se diretamente ao Latim, num programa de estudos da Companhia de Jesus usado em todo o mundo, chamado Ratio Studiorum. Publicado em 1599, esse paradigma estruturava o ensino em dois ciclos: o primeiro, correspondente ao secundário, dividia-se em cinco classes, três de Gramática, uma de Humanidades e uma de Retórica3 e se estendia por seis ou sete anos. O segundo, correspondendo ao nível superior, compreendia três anos de Filosofia e quatro de Teologia (FÁVERO, 1996, p. 85).
http://www.institutodeletras.uerj.br/idioma/numeros/28/Idioma28_a04.pdf