Às vezes, nosso estranhamento em relação a algo diferente, nossa resistência ao novo, a algo que não conhecemos bem, como uma comida exótica, uma religião que nos parece estranha para nossos padrões culturais, um jeito de se vestir, etc. podem gerar algum tipo de reação de nossa parte. Essas reações ocorrem no campo individual e coletivo e têm gerado, ao longo das gerações, comportamentos discriminatórios muitas vezes vistos como normais pelas maiorias.
As formas mais comuns são o preconceito racial, social e sexual. Leiam as seguintes frases:
Ela é baiana, mas é bem trabalhadeira!
Ele é preto de alma branca.
Eu não tenho nada contra gays. Só não quero me misturar com eles. Só podia ser mulher!
Pergunta: O que acham delas? Que traços de preconceito encontram nelas?
Soluções para a tarefa
Resposta:É fato que todos nós possuímos aspectos de nossa vida que são ancorados na cultura que compartilhamos, em partes, com o meio social em que nos desenvolvemos. A cultura é parte do que somos e responsável por como vemos e entendemos o mundo em que existimos, de modo que interfere como nos apresentamos aos outros indivíduos e como assimilamos a imagem dos demais integrantes de nossa sociedade. Essa cultura que constituímos manifesta-se em nossa aparência, na forma como nos vestimos e até em nossas refeições diárias, na culinária que adotamos como usual. Mas esse aspecto tão amplo de nossas vidas não é estático ou imutável, muito pelo contrário. Nossa cultura está em constante processo de modelagem. Ao adotarmos costumes, valores ou mesmo símbolos diferentes, modificamos, por exemplo, hábitos culturalmente construídos, de modo que os parâmetros culturais que absorvemos de nossa família se alteram tanto no decorrer de nossa convivência social que dificilmente serão exatamente os mesmos que transmitiremos aos nossos filhos.
Esse processo de “modelagem” pela qual nossa cultura passa é resultante do fenômeno da aculturação. A aculturação é o nome dado ao processo de troca entre culturas diferentes a partir de sua convivência, de forma que a cultura de um sofre ou exerce influência sobre a construção cultural do outro.
Esse processo, porém, não deve ser confundido com outros fenômenos da interação entre culturas diferentes, como a assimilação cultural, processo em que um grupo cultural assimila ou adota costumes e hábitos de uma outra cultura em detrimento da sua. Nesse processo, a cultura “original” de um grupo é gradualmente substituída e se perde no decorrer do tempo. Embora possa ser um catalizador para essa assimilação, nem toda adoção de traços culturais diferentes resulta na substituição ou no abandono de outro aspecto cultural.
Como já vimos, a cultura não é imutável, mas o processo de aculturação não é equivalente à mudança cultural, na medida em que a adoção de certas características culturais, como por exemplo a mudança ou a adoção de uma forma diferente de se vestir, não necessariamente implicará no abandono ou na mudança de outro aspecto cultural. Como exemplo peguemos o caso da culinária oriental, que é amplamente apreciada ao redor do mundo, passando a ser consumida por diversos indivíduos de culturas diferentes sem que, no entanto, modifique seus hábitos ou a forma como pensam acerca de um ou outro aspecto de seu mundo.
Explicação: