As margens da alegria
ESTA É A ESTÓRIA. Ia um menino, com os tios, passar dias no lugar onde se construía a grande cidade. Era uma viagem inventada no feliz; para ele, produzia-se em caso de sonho. Saíam ainda com o escuro, o ar fino de cheiros desconhecidos. A mãe e o pai vinham trazê-lo ao aeroporto. A tia e o tio tomavam conta dele, justinhamente. Sorria-se, saudava-se, todos se ouviam e falavam. O avião era da Companhia, especial, de quatro lugares. Respondiam-lhe a todas as perguntas, até o piloto conversou com ele. O voo ia ser pouco mais de duas horas. O menino fremia no acorçôo, alegre de se rir para si, confortavelzinho, com um jeito de folha a cair. A vida podia às vezes raiar numa verdade extraordinária. Mesmo o afivelarem-lhe o cinto de segurança virava forte afago, de proteção, e logo novo senso de esperança: ao não-sabido, ao mais. Assim um crescer e desconter-se – certo como o ato de respirar – o de fugir para o espaço em branco. O menino.
ROSA, João Guimarães. Primeiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.
Considerando a estrutura do texto narrativo em prosa (narrador, personagens, foco narrativo, tempo, espaço, conflito, clímax, desfecho), assinale a alternativa correta.
Origem: UPE
a) No fragmento de “As margens da alegria”, as personagens apresentadas ao leitor traduzem, de modo muito claro e explícito, uma linearidade de pensamento, de comportamento que as torna quase a mesma pessoa.
b) "Saíam ainda com o escuro, o ar fino de cheiros desconhecidos" é uma frase do texto indicando o horário em que alguma ação ocorre na narrativa, logo pode levar o leitor a compreender que a viagem do “Menino” ocorrerá entre 13h e 18h.
c) Numa narrativa, o espaço é um elemento muito importante para a ocorrência das ações realizadas pelas personagens. No texto em análise, são citados alguns espaços concretos e abstratos.
d) No fragmento em análise, o “clímax” e o “desfecho” da história escrita por Guimarães Rosa são elementos da narrativa que se tornam facilmente identificados, como também são facilmente pontuados.
e) O conto “As margens da alegria”, assim como outros contos de Guimarães Rosa, possui um vocabulário bastante ordinário, comum, sem a quase presença de palavras inventadas pela licença poética.
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c
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