Ed. Moral, perguntado por adryzinha2050, 10 meses atrás

as manifestações de violência dentro dos estádios brasileiros de futebolpreciso de ajuda nessa, por favor.

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Respondido por dolphlundgren
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Desde a Idade Média, os atos de violência eram associados a manifestações de imposição e poder. Diante deste cenário, os jogos entre os gladiadores que lutavam no Coliseu, em Roma, sucediam ao público a afeição à brutalidade e a justificativa baseada nos valores culturais. No entanto, após séculos de avanço e proteção aos direitos humanos, alguns indivíduos ainda refletem esses traços na competição esportiva, como fazem muitos torcedores brasileiros em relação a violência nos estádios brasileiros de futebol.

Em primeiro lugar, a mídia impulsiona a valorização do sentimentalismo aos times e, pode até mesmo ajudar a converter a paixão pelo futebol em um verdadeiro estilo de vida. Neste sentido, os torcedores adotam erroneamente a metáfora conceitual “Futebol é guerra” e encaram as partidas como um combate. Assim, cria-se um nacionalismo imperativo, ou seja, vê-se o time e a torcida adversária como inimigos em potenciais, vide as torcidas organizadas. Essas usam a agressão para representar um tipo de defesa e supremacia de um time sobre o outro.

Ademais, a impunidade dessas ações hostis favorece o contínuo desrespeito àqueles que vão apenas para apreciar as partidas e, até mesmo, inverte a visão do esporte como método de inclusão social, defendida pelos próprios clubes. Exemplo disso é que o Brasil lidera o ranking entre os países que contém mais mortes em estádios de futebol, o que comprova que a segurança nesses lugares é ineficaz, visto que, muitas vezes, os agressores não são identificados ou recebem leves advertências, enquanto que para as vítimas que sofrem de violência física ou moral, os danos podem ser irreversíveis.

O país lidera a lista de violência entre torcedores, seguido por Argentina e Itália. Essa realidade violenta, as mortes ligadas ao futebol e as brigas estão, invariavelmente, relacionadas às torcidas organizadas. O governo vem trabalhando para reduzir o índice de violência dentro e fora dos estádios, mas é preciso que sejam adotadas ações efetivas para evitar confrontos entre as torcidas.

No Brasil, as maiores rivalidades do futebol estão em São Paulo e Rio Grande do Sul, envolvendo times como São Paulo, Palmeiras, Corinthians, Santos, Grêmio e Internacional. Ações e projetos multidisciplinares devem ser implementados num plano estratégico de combate à violência nos estádios.

De uma forma geral, a violência no futebol é resultado da ineficácia dos planos de ação do estatuto do torcedor, que não estabelece medidas de segurança, com procedimentos operacionais e conscientização de torcedores. É fundamental educar as torcidas para que consigam conviver com respeito e tolerância.

Ações como o registro de todos os torcedores de organizadas e a punição de pessoas que se envolvem em brigas seriam importantes para reduzir os casos de violência no futebol. Afinal, o esporte deve ser cercado apenas por alegria, saúde e esportividade.

O primeiro passo é fazer valer o Código Penal brasileiro, identificando, prendendo e julgando todos os torcedores que se envolvem em brigas, além de evitar que pessoas violentas frequentem os estádios. Outro ponto discutido é punir os clubes pelos atos de seus torcedores, ou seja, promover a perda de pontos ou o mando de campo de times que figuram entre os crimes praticados por torcidas.

É imprescindível, portanto, a mudança na conduta daqueles que usam a ferocidade para se imporem diante de outros times. Para isso, o Brasil poderia se basear em países com referência em segurança nos estádios, como a Inglaterra; que sofreu ataques segregacionistas e repressivos de grupos chamados “Hooligans” e, para combatê-los, fez o cadastramento de torcedores, o uso de reforço policial e expulsão temporária aos que desviarem da pacificidade entre os jogos. A mídia e os clubes podem promover campanhas de conscientização ao público, a fim de que o reflexo arcaico da Idade Média se converta em um coletivismo ético e que auxilie a integração social do esporte.

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