As maneiras pelas quais o trabalho vem sendo encarado pela humanidade têm variado historicamente. Sob o modo de produção capitalista, a relação do ser humano com o trabalho adquire feições específicas. Isso implicou uma nova ética do trabalho sob o modo de produção capitalista. Quanto ao trabalho no capitalismo e a ética associada a esse, assinale a alternativa CORRETA:
a) O trabalho passa a servir de legitimação ao homem.
b) A burguesia se caracteriza pelo desprezo ao trabalho.
c) O trabalho passa a ser desvalorizado no capitalismo.
d) O trabalho passa a não mais condicionar a vida social.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Organização do processo de trabalho na evolução do capitalismo
Déa Lúcia Pimentel Teixeira; Maria Carolina A. F. de Souza
Professoras no Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas, SP
1. INTRODUÇÃO
A análise da evolução da organização do processo de trabalho dissociada do paralelismo com a evolução do capitalismo torna-se sem sustentação, à medida que deixa de considerar aspectos fundamentais que vão influenciar diretamente na forma, conteúdo e direção que o processo assume ao longo do tempo. Tais aspectos, ao serem trazidos à tona, poderão melhor explicar os avanços (e recuos) que a organização da classe dos trabalhadores percorre desde a sua constituição, isto é, a partir da separação dos produtores de seus meios de produção; movimentos esses intimamente ligados às variáveis que determinam o próprio desenvolvimento do sistema capitalista de produção.
Destaque será dado neste artigo ao traçado do paralelismo entre os dois movimentos (o do capitalismo e o da organização do processo de trabalho), a fim de que possa servir de referência, tanto para os leitores que priorizam o enfoque das teorias da administração - e que normalmente não se atêm ao aspecto econômico ao tratar do assunto -, quanto aos que privilegiam o enfoque econômico e que, em geral, não realçam os aspectos referentes ao nível das unidades empresariais.
Não se tem pretensão, neste sentido, de esgotar a questão, mas procura-se evidenciar que a análise, ao ser realizada de forma a associar os dois campos de estudos, torna-se mais fecunda e clara.
2. AS CONDIÇÕES DE SURGIMENTO DO TRABALHO ASSALARIADO
O regime capitalista de produção pressupõe a generalização da produção para a troca. Com a expansão desta - entendida como expressão da diferenciação da divisão social do trabalho - ocorre também a separação definitiva dos produtores diretos de mercadorias dos seus meios de produção. Expropriados, passam a ser possuidores de uma única mercadoria - sua força de trabalho. Proletarizados, são convertidos em trabalhadores assalariados. Simples operadores dos instrumentos de produção que não mais lhes pertencem.
Para participar do processo de troca, para ter existência social, o produtor precisa então levar sua mercadoria ao mercado, onde esta irá defrontar-se com todas as demais mercadorias. Seu possuidor a leva "livremente" ao mercado e vende-a por tempo determinado, forma única de continuar sobrevivendo. Não se aliena definitivamente dela, pois só agindo assim pode continuar participando da troca. Caso contrário, nada mais teria a oferecer. Alienando-se de sua mercadoria única, nada mais seria que um escravo - ele próprio mercadoria. Isso significa que alguém, o comprador, proprietário do dinheiro e dos meios de produção, adquire o direito de usar essa força de trabalho pelo tempo acordado. Caracteriza-se, assim, a dicotomia proprietários dos meios de produção/proletários.
Os proprietários da força de trabalho, os trabalhadores, submetem-se, porque dessa maneira integram-se eles próprios no mercado. Só assim podem ter acesso à mercadoria dinheiro - representado neste caso pelo salário - passaporte único às demais mercadorias, o que lhes permite a sobrevivência. Nesse sentido, percebe-se que o salário, expressão do valor da força de trabalho, não importa os meios pelos quais seja estabelecido, não "deveria" descer a níveis que ameacem a própria sobrevivência e reprodução da classe trabalhadora dada a importância para o capital, que a submete, mas que dela necessita (até mesmo enquanto exército de reserva), para continuar sua trajetória de valorização e acumulação. (Pelo menos até a fase atual, o capitalismo não conseguiu se descartar definitivamente da força de trabalho, embora a substituição de trabalho vivo por trabalho morto seja mais e mais acelerada).
Explicação:
Resposta:
O trabalho passa a servir de legitimação ao homem
Explicação:
Corrigido pelo AVA.