as ideias defindidas por dorwir contrariam a igreja catolica
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No princípio, Deus "não" criou o homem e a mulher - ou, pelo menos, não literalmente. Desde que foi formulada, em 1859, quando o naturalista britânico Charles Robert Darwin publicou A Origem das Espécies, a Teoria da Evolução jogou por terra a tese de que a vida precisou de intervenção divina para existir. A "perigosa ideia de Darwin", como a apelidou o filósofo americano Daniel Dennett, também pôs em dúvida outro conceito importante para muitas religiões: o suposto status especial do homem perante os demais seres vivos.
A maioria dos biólogos evolutivos afirma que somos apenas mais uma espécie animal, com uma diferença decisiva em relação às outras: tivemos a sorte de desenvolver nossa capacidade mental, característica que fez do homem o mamífero de grande porte mais numeroso e bem-sucedido da Terra. Dá para conciliar esse fato com a afirmação de que fomos criados "à imagem e semelhança" de um Deus?
As respostas para essa pergunta complicadíssima variaram um bocado ao longo dos últimos 150 anos. Algumas das denominações cristãs mais antigas, como a Igreja Católica e a Igreja Anglicana, acabaram decidindo que não dava para brigar com as descobertas feitas pela biologia evolutiva e passaram a interpretar os relatos da Bíblia sobre a criação do mundo como textos poéticos e alegóricos. Mas outros grupos, como as denominações evangélicas surgidas do século 19 em diante, insistiram na verdade literal das Escrituras Sagradas, considerando-as fontes confiáveis não só para temas espirituais mas também científicos. Estava aberta, portanto, a rota de colisão entre Igreja e ciência?
A preocupação dos que queriam negar a teoria evolutiva de Darwin tinha a ver, pelo menos em parte, com a questão da autoridade da Bíblia: para eles, qualquer dúvida sobre a exatidão dos textos sagrados abriria brechas para questionamentos de todos os tipos. O mais importante deles envolve o conceito de pecado original. Até quem nunca abriu uma Bíblia na vida conhece a clássica história do fruto proibido comido por Adão e Eva no jardim do Éden, instigados pela maliciosa serpente. A interpretação tradicional dessa narrativa, elaborada principalmente por são Paulo e santo Agostinho, afirma que esse primeiro ato de desobediência teria marcado os descendentes de Adão e Eva com o pecado. Dali em diante, todos seriam inerentemente pecadores. A morte de Jesus teria tido como principal propósito resgatar a humanidade desse estado de escravidão em relação ao mal. Ora, se o primeiro casal nunca existiu, e se a morte nos acompanha desde a origem, o sacrifício de Jesus aparentemente perde o sentido. E pior: Deus teria criado um Universo cheio de sofrimento e dor. São esses os raciocínios mais temidos pelos que se opõem à Teoria da Evolução.
O movimento criacionista (dos que acreditam na criação divina) surgiu no começo do século 20, nos EUA, como forma de combater o evolucionismo. Ele se divide em dois grupos: os defensores do Criacionismo da Terra Jovem e os que seguem o Criacionismo da Terra Antiga. Os primeiros acreditam que nosso planeta tem apenas alguns milhares de anos de idade e que o Universo foi criado em 7 dias por Deus. Para eles, erros de interpretação levaram os cientistas a acreditar que o cosmos tem bilhões de anos. Já os da Terra Antiga, como o próprio nome indica, aceitam as datas propostas pelos pesquisadores seculares, mas negam o processo evolutivo. No máximo, admitem a chamada "microevolução" - adaptações sutis em alguns seres vivos ao longo do tempo, como mudanças na cor da pele de uma raposa ou no comprimento do bico de uma ave. Nada, no entanto, que possa explicar a transformação de um mamífero terrestre numa baleia, como propõem os darwinistas. A partir do final dos anos 80, os criacionistas adotaram uma nova estratégia, o chamado Movimento do Design Inteligente - financiado pela organização conservadora Discovery Institute. Seus integrantes argumentam que algumas características dos seres vivos (como o sistema de armazenamento de informações no DNA) são tão complexas que precisariam ter sido projetadas por um "designer inteligente". Abertamente, eles não discutem a identidade desse designer cósmico - poderia ser um alienígena, por exemplo. Mas quase todos os defensores da tese são cristãos evangélicos para lá de fervorosos.Há também quem acredite no chamado evolucionismo teísta - a ideia de que a evolução foi o mecanismo empregado por Deus para criar a vida e os seres humanos. O principal representante dessa vertente talvez seja o geneticista americano Francis Collins, ex-coordenador do Projeto Genoma.
Collins vê Deus como uma força externa ao espaço e ao tempo, cuja ação criou o Universo seguindo leis determinadas. O surgimento dos seres humanos seria resultado dessas leis divinas agindo por meio de processos naturais. Desse ponto de vista - e desde que certos detalhes da teologia sejam desconsiderados -, a conciliação entre fé e teoria evolutiva acaba se tornando possível.
A maioria dos biólogos evolutivos afirma que somos apenas mais uma espécie animal, com uma diferença decisiva em relação às outras: tivemos a sorte de desenvolver nossa capacidade mental, característica que fez do homem o mamífero de grande porte mais numeroso e bem-sucedido da Terra. Dá para conciliar esse fato com a afirmação de que fomos criados "à imagem e semelhança" de um Deus?
As respostas para essa pergunta complicadíssima variaram um bocado ao longo dos últimos 150 anos. Algumas das denominações cristãs mais antigas, como a Igreja Católica e a Igreja Anglicana, acabaram decidindo que não dava para brigar com as descobertas feitas pela biologia evolutiva e passaram a interpretar os relatos da Bíblia sobre a criação do mundo como textos poéticos e alegóricos. Mas outros grupos, como as denominações evangélicas surgidas do século 19 em diante, insistiram na verdade literal das Escrituras Sagradas, considerando-as fontes confiáveis não só para temas espirituais mas também científicos. Estava aberta, portanto, a rota de colisão entre Igreja e ciência?
A preocupação dos que queriam negar a teoria evolutiva de Darwin tinha a ver, pelo menos em parte, com a questão da autoridade da Bíblia: para eles, qualquer dúvida sobre a exatidão dos textos sagrados abriria brechas para questionamentos de todos os tipos. O mais importante deles envolve o conceito de pecado original. Até quem nunca abriu uma Bíblia na vida conhece a clássica história do fruto proibido comido por Adão e Eva no jardim do Éden, instigados pela maliciosa serpente. A interpretação tradicional dessa narrativa, elaborada principalmente por são Paulo e santo Agostinho, afirma que esse primeiro ato de desobediência teria marcado os descendentes de Adão e Eva com o pecado. Dali em diante, todos seriam inerentemente pecadores. A morte de Jesus teria tido como principal propósito resgatar a humanidade desse estado de escravidão em relação ao mal. Ora, se o primeiro casal nunca existiu, e se a morte nos acompanha desde a origem, o sacrifício de Jesus aparentemente perde o sentido. E pior: Deus teria criado um Universo cheio de sofrimento e dor. São esses os raciocínios mais temidos pelos que se opõem à Teoria da Evolução.
O movimento criacionista (dos que acreditam na criação divina) surgiu no começo do século 20, nos EUA, como forma de combater o evolucionismo. Ele se divide em dois grupos: os defensores do Criacionismo da Terra Jovem e os que seguem o Criacionismo da Terra Antiga. Os primeiros acreditam que nosso planeta tem apenas alguns milhares de anos de idade e que o Universo foi criado em 7 dias por Deus. Para eles, erros de interpretação levaram os cientistas a acreditar que o cosmos tem bilhões de anos. Já os da Terra Antiga, como o próprio nome indica, aceitam as datas propostas pelos pesquisadores seculares, mas negam o processo evolutivo. No máximo, admitem a chamada "microevolução" - adaptações sutis em alguns seres vivos ao longo do tempo, como mudanças na cor da pele de uma raposa ou no comprimento do bico de uma ave. Nada, no entanto, que possa explicar a transformação de um mamífero terrestre numa baleia, como propõem os darwinistas. A partir do final dos anos 80, os criacionistas adotaram uma nova estratégia, o chamado Movimento do Design Inteligente - financiado pela organização conservadora Discovery Institute. Seus integrantes argumentam que algumas características dos seres vivos (como o sistema de armazenamento de informações no DNA) são tão complexas que precisariam ter sido projetadas por um "designer inteligente". Abertamente, eles não discutem a identidade desse designer cósmico - poderia ser um alienígena, por exemplo. Mas quase todos os defensores da tese são cristãos evangélicos para lá de fervorosos.Há também quem acredite no chamado evolucionismo teísta - a ideia de que a evolução foi o mecanismo empregado por Deus para criar a vida e os seres humanos. O principal representante dessa vertente talvez seja o geneticista americano Francis Collins, ex-coordenador do Projeto Genoma.
Collins vê Deus como uma força externa ao espaço e ao tempo, cuja ação criou o Universo seguindo leis determinadas. O surgimento dos seres humanos seria resultado dessas leis divinas agindo por meio de processos naturais. Desse ponto de vista - e desde que certos detalhes da teologia sejam desconsiderados -, a conciliação entre fé e teoria evolutiva acaba se tornando possível.
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