As formigas
Foi a coisa mais bacana a primeira vez que as formigas conversaram com ele. Foi a que
escapuliu de procissão que conversou: ele estava olhando para ver aonde que ela ia, e aí ela falou
para ele não contar para o padre que ela tinha escapulido – o padre ele já tinha visto que era o
formigão da frente, o maior de todos, andando posudo.
Isso aconteceu numa manhã de muita chuva em que ele ficara no quentinho das cobertas
com preguiça de se levantar, virado para o outro canto, observando as formigas descendo em fila
na parede. Tinha um rachado ali perto por causa da chuva, era de lá que elas saíam, a casa delas.
Toda manhã aquela chuva sem parar, pingando na lata velha lá fora no jardim, barulhinho
gostoso que ele ficava ouvindo, enrolado no cobertor, olhando as formigas e conversando com
elas, o quarto meio escuro, tudo escuro de chuva.
A conversa ficava interessante quando ele lembrava de perguntar uma porção de coisas e
elas também perguntavam pra ele. (Conversavam baixinho para os outros não escutarem.)
[...]
Uma tarde entrou no quarto e viu a mancha de cimento novo na parede, brutal,
incompreensível.
– Pra que que o senhor fez isso? Pra que o senhor fez assim com minhas formigas?
O pai não entendia, e o menino chorando, chorando.
VILELA, Luiz. Contos da infância e da adolescência. 2. ed. São Paulo: Ática, 2002. Fragmento.
No texto, a repetição “[...] chorando, chorando.”, sugere
(A) atitude fingida.
(B) anúncio de rebeldia.
(C) sensação de culpa.
(D) progressão da tristeza.
(E) sinal
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Olá
Explicação:
a repetição "[...] chorando, chorando.", sugere a progressão da tristeza pois o menino fica triste com o pai.
Espero ter ajudado
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