As denúncias não suficientemente esclarecidas quanto ao comportamento ético do ministro da Fazenda nos deixou ainda mais constrangidos ,não só a mim ,mas a companheiros do governo .a frase acima contém uma infração às normas da língua escrita culta .
Soluções para a tarefa
Resposta:
A concordância é o mecanismo pelo qual as palavras alteram sua terminação para se adequarem harmonicamente na frase. Ela é responsável pela coesão dos discursos linguísticos e representa um dos traços gramaticais da norma-padrão da língua portuguesa.
No último post elaborei uma oração que desafiava as regras gramaticais do nosso idioma. A proposta era encontrar a infração à norma culta presente na mensagem. Este é o momento para retomá-la:
“Não existe idade certa para esse conjunto de sintomas passarem a afligir mulheres adultas.”
A concordância estrutura o sistema gramatical da língua portuguesa de pelo menos dois modos. Há uma marca de concordância que, nas orações, determina o sujeito da forma verbal, e outra que, nos grupos nominais, marca os artigos, adjetivos, numerais e pronomes em oposição aos núcleos substantivos. É o que, respectivamente, se chama “concordância verbal” e “concordância nominal”.
No caso da frase acima, observa-se uma falha de concordância entre o verbo “passar” e o sujeito “conjunto de sintomas”. Note que o verbo está no plural e deveria estar no singular para concordar com o núcleo do sujeito “conjunto”.
A ausência de concordância é muito comum na fala popular e coloquial brasileira. Dependendo do contexto em que ela acontece, não há porque considerá-la um atentado contra a língua. Na escrita, no entanto, respeitar as regras da concordância é fundamental e obrigatório.
Veículos de comunicação impressa são os primeiros a cometerem deslizes nesse campo. Na maioria dos casos, esses erros são tão imperceptíveis, que acabam enganando não só os revisores, como também, o editor chefe da redação.
Certa vez, um jornal de grande credibilidade nacional divulgou a seguinte notícia:
“Na região de Ribeirão Preto (319 Km de São Paulo), onde atua quatro das nove concessionárias de rodovias, o número de praças de cobrança municipais vai chegar a 15 no final do ano – são 18 os autorizados pelo Estado.”
Fique tranquilo se você não conseguiu perceber o erro de concordância, a boa parte dos falantes da língua portuguesa também não perceberia. O fato da forma verbal “atua” aparecer antes da expressão “quatro das nove concessionárias de rodovias” favorece o erro. O jornalista responsável pela matéria deveria ter flexionado o verbo “atuar” no plural, pois o sujeito está no plural, e a regra determina: Sujeito no plural, verbo no plural!
Outro fator que induz o emissor da mensagem a não concordar adequadamente verbos e sujeitos, é a distância de ambos em uma oração. Observe:
“As denúncias não suficientemente esclarecidas quanto ao comportamento ético do Ministro da Fazenda nos deixou ainda mais constrangidos, não só mim, mas a companheiros do governo”
Apud Vestibular FGV-SP
Perceba que o sujeito da sentença é extenso, e entre o seu núcleo e o verbo “deixar”, há termos que estão no singular “comportamento ético do Ministro da Fazenda”, confundindo facilmente o redator. Por um instante ele se distraiu, e acabou deixando de flexionar o verbo no plural para concordar com o termo “denúncias”, que aparece no plural.
No caso da concordância nominal, quando os erros acontecem, o interlocutor consegue percebê-los com mais facilidade. Nossos ouvidos não aceitam frases como: “O meninos são esperto” ou “Os menino são esperto”. Porém, podem ocorrer construções frasais que, mesmo concordando corretamente os substantivos, adjetivos, artigos, pronomes e numerais, podem resultar em enunciados ambíguos. A esse respeito, observe a sentença:
“As moças atravessaram as ruas tranquilas.”
Note que as palavras moças, ruas e tranquilas estão no plural, impossibilitando que se reconheça com certeza a relação entre elas. Não é possível afirmar que as moças estavam tranquilas, ou que as ruas estavam tranquilas. Por isso, é essencial manter-se atento à disposição das palavras no exato momento em que a frase está sendo elaborada.
Enfim, as regras de concordância existem e não há como fugir delas. O segredo para assimilá-las está na leitura e não na decoreba. Por isso, crie o hábito de ler; e quando as dúvidas surgirem, confie na sua intuição linguística, ela não irá deixá-lo na mão.
Explicação:
espero ter ajudado ❤️