as características do pensamento mítico
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Resposta:
Exibir maisPensamento Mítico e Pensamento Lógico.
Nós atuamos com duas modalidades de pensamento: o pensamento Mítico e o pensamento Lógico. Vejamos a seguir a evolução dos conceitos referente a essas duas formas de pensamento.
No século XVIII e XIX, afirmava-se que a lógica era a evolução do espirito humano quando comparado ao mito, seria como se o mito fosse uma etapa da civilização que antecedia o advento da lógica, essa separação temporal e evolutiva de duas modalidades de pensamento fazia com que se julgasse a presença das explicações míticas, que estavam destinadas a desaparecer com a plena evolução da racionalidade cientifica e filosófica.
Sabe-se hoje que essa concepção evolutiva estava um tanto quanto equivocada, pois o pensamento conceitual e o pensamento mítico podem coexistir numa mesma sociedade, que é o caso da nossa sociedade, a presença simultânea do pensamento conceitual e do pensamento mítico decorrente do modo como a imaginação social transforma em mito quilo que o pensamento conceitual elabora nas ciências e na filosofia.
Em uma questão mais anatômica de análise nota-se que na fisiologia do cérebro é dividida em dois hemisférios, e um deles localiza-se a linguagem e o pensamento simbólicos e afetivos e no outro hemisfério a linguagem e o pensamento conceitual
Explicação:
bons estudos!
poderia me seguir?
obrigada
Resposta:
A Filosofia é um modo de pensar específico, que supera, em determinado momento histórico, um outro modo de pensar, até então hegemônico.
Esse modo de pensar superado pela Filosofia chama-se Mito. Em termos genéricos, consiste numa narrativa sobre a origem de alguma coisa. Assim, as histórias que explicavam o origem do mundo, dos seres vivos, do bem e do mal, das guerras etc., eram mitos.
Porém, havia algo de comum a todas essas histórias: sempre explicavam as coisas ou acontecimentos terrenos a partir de deuses ou seres sobrenaturais (ou seja, “fora da natureza”, “fora do mundo”). Os mitos eram histórias narradas por pessoas específicas, escolhidas pelos deuses para transmiti-las aos humanos, e esclarecê-los a respeito da existência de tudo.
Normalmente, tais explicações davam-se de três modos básicos:
1. Encontrando “pai e mãe” de tudo: as histórias míticas podem ser genealogias, ou seja, literalmente, a busca de um discurso que explique a origem das coisas ou dos acontecimentos a partir do deuses.
Um exemplo de explicação mítica: uma pessoa tornou-se apaixonada por outra porque foi ferida pela flecha de um deus, Eros (ou Cupido). Este deus, por sua vez, é filho de Penúria (deusa faminta, miserável e sedenta) e Poros (deus da astúcia, da busca de estratagemas para resolver os problemas).
Desse modo, pessoa apaixonada, ferida por Eros, torna-se faminta e sedenta de amor. Busca diversos estratagemas para ser amado e satisfeito, oscilando entre a tristeza e o desamparo, por um lado, e a alegria e a vivacidade, por outro.
Veja: o comportamento da pessoa apaixonada está satisfatoriamente explicado, graças à “filiação” desse comportamento aos deuses que o causam. Uma pessoa apaixonada fica do modo que a caracteriza porque foi ferida por um deus e carregará consigo as características desse deus, filho de outros deuses.
2. Outra forma de narrar dos mitos é justificando as coisas e os acontecimentos não pela filiação, mas por conflitos e alianças envolvendo os deuses, que interferem na vida terrena. Uma briga entre os deuses pode resultar no apoio ou na imposição de dificuldades aos atos de determinados mortais, conforme esses mortais gozem da simpatia ou da antipatia daqueles envolvidos na briga.
Precisamos destacar que, para as civilizações marcadas pelo pensamento mítico, haveria duas temporalidades distintas: o tempo fraco, típico dos acontecimentos banais, que não duram, são efêmeros; e o tempo forte, marcado por acontecimentos extraordinários, capazes de durar, de permanecer ao longo da história.
Para tais sociedades, os atos meramente humanos são incapazes de extrapolar os limites da temporalidade fraca e de atingir a temporalidade forte, perdurando. Tudo aquilo o que é feito apenas pelos humanos irá durar pouco e se extinguir, como a vida humana se extingue.
Por outro lado, em determinadas situações, os atos humanos podem contar com o apoio dos deuses. Esse apoio é capaz de elevar o ato da temporalidade fraca para a temporalidade forte, dando a ele ou a seus frutos a possibilidade de permanecer na história. Por isso, quando os seres humanos pretendem construir coisas grandiosas, pedem, sempre, o apoio dos deuses.
Um exemplo disso é a Guerra de Troia. Especificamente no tempo fraco, seria um acontecimento banal, incapaz de perdurar: um conflito envolvendo gregos e troianos, que logo seria resolvido. Contudo, a partir do momento que sua existência extrapolou os limites do razoável (chegando a 10 anos!), a mitologia passou a explicá-lo como um ato tocado pelos deuses.
Especificamente, a Guerra de Troia passa a ser justificada não como um mero conflito decorrente de interesses comerciais opostos, mas como um conflito surge após uma controvérsia entre três deusas do Olimpo. Essas deusas se dividem, apoiando gregos ou troianos e levando consigo o apoio de outros deuses.
Agora, o fato de uma Guerra entre humanos ter durado tanto tempo e se transformado em um acontecimento inesquecível pode ser explicado por ter envolvido, em última instância, um conflito suprahumano, entre deuses. A temporalidade da Guerra de Troia tornou-se forte.
3. Além dos modos descritos acima, os mitos podem explicar os acontecimentos terrenos justificando-os como recompensas ou castigos impostos pelos deuses aos mortais.
Coisas excepcionalmente boas ou ruins que acontecem a determinada pessoa são justificadas como uma recompensa ou um castigo decorrente da satisfação ou da insatisfação dos deuses para com seus comportamentos.