As capitanias hereditárias representaram um novo sistema de colonização do território português na América do Sul. Quais eram as características fundamentais desse modo de colonização?
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Prezada,
As capitanias hereditárias foram um sistema implementado pelo governo português para invadir / colonizar as terras americanas. Já haviam utilizado antes com sucesso por Portugal nas ilhas da Madeira, de Cabo Verde, e nas Canárias.
Além disso, nessas ilhas, os portugueses dominaram a técnica de cultivo da especiaria indiana mais lucrativa, a cana-de-açúcar, cultivando-a com sucesso nesses locais com base no trabalho de escravos africanos.
Desse modo, foi com o êxito dessas práticas nessas ilhas que fez o rei de Portugal, D. João III, em 1534 tentar implantar esse modelo de invasão / colonização das terras americanas. Esse sistema vigorou até 1759, ano em que o Marquês de Pombal o extinguiu.
Assim, o território era dividido em faixas de terra paralelas à linha do Equador, conforme a figura em anexo. Elas começavam no litoral e terminavam na linha do tratado de Tordesilhas. Foram transferidas para alguns alguns nobres portugueses amigos do rei para colonizá-las / invadi-las, cujo título desses territórios seria transferido para os filhos deles (por essa razão é que eram hereditárias). Desse modo, o governo português transferia para particulares (os donatários) os enormes custos envolvidos na colonização, concedendo, em parte, o poder sobre um lote de terra para aqueles que se dispusesse a financiar e administrar aquele pedaço do território, sendo um título herdado pelos filhos deles (por isso era hereditárias). O rei ganhava através da cobrança dos impostos.
Exceto por Pernambuco e São Vicente, esse sistema de capitanias hereditárias sem um governo geral no novo território falhou, pois os índios lutaram bravamente contra as invasões e a escravidão, bem como a distância entre o nosso território e Portugal eram enormes, bem como a população portuguesa ser bem pequena quando comparada com a imensidade do território a ser invadido / colonizado. Além disso, muitos donatários sequer vieram ao Brasil e havia o problema da gigantesca quantidade de mortos entre os indígenas, pois ao entrarem em contato com a varíola, gripe, sarampo e outras doenças europeias, os índios não apresentavam imunidade ou resistência e morriam em grande quantidade. Desse modo, você poderia ter 400 escravos indígenas numa semana e todos estarem mortos na semana seguinte.
Com isso, o governo Português decidiu criar o Governo-Geral da Colônia, na cidade de Salvador, que se tornou a primeira capital do território. Isso auxiliou na cooperação entre as capitanias, bem como na maior cobrança dos impostos, além de coordenar outros aspectos administrativos, buscando conter o uso abusivo dos poderes dos donatários.
Portanto, a colonização da parte da América invadida por Portugal, que viria a se tornar o Brasil, só foi possível com a produção de uma especiaria indiana extremamente lucrativa, a cana-de-açúcar. A posse de um engenho de açúcar naquela época seria comparado a possuir um ou mais poços de petróleo hoje.
Para complementar essa resposta, sugiro que veja os vídeos " A História do Mundo em Duas Horas " , " HISTÓRIA DO BRASIL: A COLONIZAÇÃO DO BRASIL " e " Brasil: Uma História Inconveniente ", facilmente encontrados no you..tube.
Bons estudos!
As capitanias hereditárias foram um sistema implementado pelo governo português para invadir / colonizar as terras americanas. Já haviam utilizado antes com sucesso por Portugal nas ilhas da Madeira, de Cabo Verde, e nas Canárias.
Além disso, nessas ilhas, os portugueses dominaram a técnica de cultivo da especiaria indiana mais lucrativa, a cana-de-açúcar, cultivando-a com sucesso nesses locais com base no trabalho de escravos africanos.
Desse modo, foi com o êxito dessas práticas nessas ilhas que fez o rei de Portugal, D. João III, em 1534 tentar implantar esse modelo de invasão / colonização das terras americanas. Esse sistema vigorou até 1759, ano em que o Marquês de Pombal o extinguiu.
Assim, o território era dividido em faixas de terra paralelas à linha do Equador, conforme a figura em anexo. Elas começavam no litoral e terminavam na linha do tratado de Tordesilhas. Foram transferidas para alguns alguns nobres portugueses amigos do rei para colonizá-las / invadi-las, cujo título desses territórios seria transferido para os filhos deles (por essa razão é que eram hereditárias). Desse modo, o governo português transferia para particulares (os donatários) os enormes custos envolvidos na colonização, concedendo, em parte, o poder sobre um lote de terra para aqueles que se dispusesse a financiar e administrar aquele pedaço do território, sendo um título herdado pelos filhos deles (por isso era hereditárias). O rei ganhava através da cobrança dos impostos.
Exceto por Pernambuco e São Vicente, esse sistema de capitanias hereditárias sem um governo geral no novo território falhou, pois os índios lutaram bravamente contra as invasões e a escravidão, bem como a distância entre o nosso território e Portugal eram enormes, bem como a população portuguesa ser bem pequena quando comparada com a imensidade do território a ser invadido / colonizado. Além disso, muitos donatários sequer vieram ao Brasil e havia o problema da gigantesca quantidade de mortos entre os indígenas, pois ao entrarem em contato com a varíola, gripe, sarampo e outras doenças europeias, os índios não apresentavam imunidade ou resistência e morriam em grande quantidade. Desse modo, você poderia ter 400 escravos indígenas numa semana e todos estarem mortos na semana seguinte.
Com isso, o governo Português decidiu criar o Governo-Geral da Colônia, na cidade de Salvador, que se tornou a primeira capital do território. Isso auxiliou na cooperação entre as capitanias, bem como na maior cobrança dos impostos, além de coordenar outros aspectos administrativos, buscando conter o uso abusivo dos poderes dos donatários.
Portanto, a colonização da parte da América invadida por Portugal, que viria a se tornar o Brasil, só foi possível com a produção de uma especiaria indiana extremamente lucrativa, a cana-de-açúcar. A posse de um engenho de açúcar naquela época seria comparado a possuir um ou mais poços de petróleo hoje.
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