artistas do teatro contemporâneo paulista estrangeiro?
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Resposta:
Os fundamentos estéticos vivenciados no século XIX, entre público e artistas, no âmbito do teatro, foram desafiados e ampliados no século XX, expandindo-se em experiências e inovações teatrais. Naquele momento o “Naturalismo” cênico dominava as convenções teatrais, e em seguida, no início do século XX, novos movimentos e experimentações artísticos começaram a surgir em oposição as regras dominantes. Desses experimentos se destacam o Expressionismo alemão, o Teatro Épico, o Teatro da Crueldade e o Teatro do absurdo.
O melodrama burguês, no final século XIX, passa a privilegiar temas do cotidiano social e personagens comuns, rompendo com o idealismo romântico e fazendo surgir o Realismo. Anton Tchekhov (1860-1904), foi um dos representantes do Realismo, mostrando o dia-a-dia do povo russo, inovando no diálogo dramático e retratando o declínio da burguesia russa. Em suas obras destacam-se “A gaivota” e “O jardim das cerejeiras”. O Naturalismo Realista propõe um novo espaço para o diretor e o encenador. O russo Constantin Stanislavski (1863-1938), é o maior representante do “Naturalismo”, e chegou a criar um método específico de encenação/interpretação. O espaço cênico naturalista também precisou passar por mudanças, para dar condições visuais e acústicas ao público, já que a idéia central desta estética seria a identificação de cada pessoa na platéia com os personagens, de forma que a atmosfera da cena lhes causasse uma espécie de simulacro, uma segunda realidade.
Na Alemanha, por volta de 1910, teve início o Expressionismo, um movimento de rejeição ao Naturalismo e a encenação que pretendia criar uma ilusão da realidade. O expressionismo inovou radicalmente o cenário, apresentando uma leitura não realista, estilizando e distorcendo os elementos da cena. Pretendia chamar a tenção do público para a arte em si mesma e não para a imitação da vida. Georg Kaiser (1878-1945) e Ernst Toller (1893-1939) foram os primeiros expressionistas no teatro, e em seus trabalhos buscavam mostrar a expressão do sentimento humano, ao invés de apenas retratar a sua realidade externa. Exibindo ainda temáticas sociais, mostrando o homem em luta contra a mecanização desumanizadora da sociedade industrial.
Com a ascenção do nazismo na década de vinte, muitos artistas estavam preocupados em trabalhar temas coletivos, desta forma reforçando a abordagem anti-naturalista, que passa a ser conhecida como “Teatro Épico”, cujo pioneiro desta estética foi Erwin Piscator (1893-1966), que teve como discípulo e militante do Teatro Épico, o alemão dramaturgo e poeta lírico Bertolt Brecht (1898-1956). Brecht propunha um teatro politizado, cujo objetivo era/é modificar a sociedade. A “Ópera dos Três Vinténs” (1928) é o trabalho de maior destaque na carreira de Brecht, cuja parceria é com o compositor Kurt Weill (1900-1950). Esta obra apresentou uma nova forma de teatro musical, misturando a estética de cabaré com a sátira de cunho social. Brecht criou o “Efeito de Distanciamento” (Verfremdungseffekt), que permitia ao público distanciar-se dos personagens e da ação dramática, utilizando recursos de diálogos estilizados, no uso da canção-narrativa, elementos cênicos informativos, etc. Sua pretensão era não hipnotizar o espectador, mas despertá-lo para uma reflexão crítica, rompendo com a ilusão através do estranhamento, e deixando claro a todos que teatro não é vida real.
Neste mesmo período, acontece o “Futurismo”, em que a proposta teatral, na antiga União Soviética, era agitar e fazer propaganda, com o intuito de demolir todos os valores antigos daquela sociedade. Já na Itália pretendia-se glorificar a violência, a força e a industrialização. Os italianos, liderados por Filippo Tommaso Marinetti, evoluem para o fascismo, enquanto os russos, tendo à frente Vladimir Maiakovski, usam o teatro para difundir o comunismo.