artigo sobre colonização
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Mesmo que pareça obviedade, julgamos ser necessário ressaltar: os colonizadores que
começaram a chegar no Brasil a partir do século XVI eram portadores de uma cultura e
se pautavam por ela, a cultura portuguesa. Possuíam leis, tradição, família e uma
religião oficial. Chegados na colônia, já tinham decidido pelo modo de produção:
desenvolveriam grandes lavouras de cana e produziriam em seus engenhos o açúcar,
utilizando para isso do trabalho escravo. Provavelmente, uns estariam mais satisfeitos
do que outros com determinados aspectos de sua cultura. No entanto, não é preciso
esforço para compreender que existia um certo padrão cultural a ser seguido. A
realidade é que o desenvolvimento cultural de Portugal tinha lhes sido, de certa forma,
favorável. A cultura portuguesa que havia lhes proporcionado as grandes navegações e
os descobrimentos, concedera-lhes como prêmio o Brasil e a sua colonização. Portanto,
tratar os senhores de engenho como despossuidos de padrão cultural, portadores de uma
tábula rasa, ou, somente, como aprendizes de uma cultura nascente, seria ignorar a
obviedade de sua enraizada cultura reinícola. Há de se reconhecer, entretanto, que
muitos colonizadores portugueses, movidos por interesses pessoais ou ignorância,
preferissem desconsiderar determinados aspectos de sua cultura oficial. Tais atitudes
faziam com que se tornassem fontes de preocupação e alvo da justiça da Coroa. Alvos
da ação, às vezes, enérgicas dos donatários de capitanias, intervenção da Igreja e dos
senhores de engenho. Todavia, é necessário reconhecer que a cultura portuguesa,
mesmo com alguns desvios, tinha de fato uma grande predominância. Abrangia todos os
aspectos do viver diário da colônia. Ana Cristina Nogueira da Silva e Antônio Manuel
Hespanha em “A Identidade Portuguesa”, apontam algumas características que podem
se configurar como formadoras da identidade portuguesa.