artigo de opinião sobre intervenção militar
Soluções para a tarefa
é apenas a extensão da política que vem sendo, nos últimos dez anos, praticada mais objetivamente nas favelas da capital. O que era uma particularidade aplicável a aéreas periféricas, contra as “classes perigosas”, agora se dissemina para toda a cidade e arredores. Quando das ocupações do Complexo do Alemão (2010) e da Maré (2014) o escândalo foi menor, pois os alvos preferenciais ou exclusivos eram negros e pobres. Ainda que a atual intervenção militar tenha razões conjunturais próprias, muito evidentes em um ano eleitoral, ela não é menos genocida e racista. Seus alvos prioritários denunciam a longevidade das suas verdadeiras razões. Quanto ao Exército, que após a Guerra do Paraguai (1865-1870) declinou da condição de capitão do mato, ao se recusar a perseguir mulheres e homens escravizados evadidos das fazendas, parece que agora retoma essa tarefa de onde parou. Desprezando esse lapso de tempo, reassume a ignominiosa função ao assediar e eliminar os descendentes dos quilombolas. Se por uma parte, a intervenção é também aspecto relevante do projeto que objetiva a retiradas de direitos, por outra, para os que sequer têm direitos, ela é antes uma ameaça a vida. Os que pensaram e executaram a intervenção são os continuadores de Domingos Jorge Velho. Alexandre Samis (Instituto de Estudos Libertários – IEL)