artigo de opinião sobre homossexualidade
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Vivemos o tempo das multiplicidades, das multidões, de uma diversidade cultural nunca antes imaginada. Todas as tendências estão em contato direto. Não há qualquer possibilidade de isolamento na comunidade global. Estamos e somos, um pouco, em cada pessoa. O conflito é uma característica marcante da sociedade pós-tradicional que vivemos. A hegemonia dos grupos dominantes é exercida com muita astúcia.
As questões de gênero e sexualidade passaram a representar uma preocupação, em vista da constante discriminação de todos aqueles que fogem a uma heterossexualidade hegemônica e compulsória, especificamente os homossexuais, muito embora sejam estes tempos de inúmeras conquistas e de comemoração dos 40 anos do movimento homossexual moderno.
As identidades são relacionais, e somos hoje bombardeados pelos juízos de valor de uma sociedade que tem muita dificuldade em conviver com a diferença. Nesse ponto, não há uma particularidade aos homossexuais, mas uma constância às minorias em geral. Em nosso tempo, porém, naturalizou-se o desrespeito pelas homossexualidades.
Os jovens com inclinações homossexuais relutam em “sair do armário”, já que o preconceito é evidente. Para muitos pais, a homossexualidade de um filho tem caráter de punição. A escola não sabe como lidar com a diversidade sexual. Esses e outros motivos levam os homossexuais a constituírem uma imensa minoria calada e que, só recentemente, conseguiu sair às ruas e reivindicar os direitos que lhes são negados.
Educar as pessoas à diversidade sexual age no sentido de diminuir o preconceito homofóbico e difundir informações precisas aos jovens que estejam sentindo dificuldades e buscando entender sua sexualidade. Assim, nossa sociedade precisa se encontrar com uma humanidade perdida e fazer germinar a vida nos matizes mais diversos da aquarela, sob pena de produzir gerações e gerações de infelizes.
Hoje sabemos que o ser humano é regido pela dimensão do desejo que, submetido às leis da linguagem, frustra qualquer apreensão direta de sua finalidade. Ao buscar o prazer, a sexualidade escapa à ordem da natureza e age a serviço próprio "pervertendo" seu suposto objetivo natural: a procriação. Subordinar a sexualidade à função reprodutora é "um critério demasiadamente limitado", adverte Freud. Isto vem mostrar à biologia, à moral, à religião e à opinião popular, o quanto elas se enganam no que diz respeito à natureza da sexualidade humana: a sexualidade humana é, sem si, perversa - entendida aqui em seu sentido primeiro: desvio de uma finalidade específica. Ou seja, em se tratando de sexualidade, não existe "natureza humana", pois a pulsão sexual não tem um objeto específico, único e muito menos pré-determinado biologicamente.
Tanto o heterossexualismo quanto o homossexualismo são posições libidinais e identificatórias que o sujeito alcança dentro da particularidade de sua história: as duas formas de manifestação da sexualidade são igualmente legítimas. Tratar o homossexualismo como perversão, depravação, pecado e outros tantos adjetivos é uma visão reducionista e preconceituosa, reflexo do imaginário judaico-cristão, que privilegia problemas de alcova - situam os principais pecados da humanidade nos quartos de dormir! - deixando fora do debate às verdadeiras questões éticas.
E, para isso, as homossexualidades precisam ser desmitificadas. Pensá-las como crime, doença, pecado ou castigo, que fique para os ditames de outrora. Que o nosso tempo construa a inclusão e a cidadania também para essa população.
As questões de gênero e sexualidade passaram a representar uma preocupação, em vista da constante discriminação de todos aqueles que fogem a uma heterossexualidade hegemônica e compulsória, especificamente os homossexuais, muito embora sejam estes tempos de inúmeras conquistas e de comemoração dos 40 anos do movimento homossexual moderno.
As identidades são relacionais, e somos hoje bombardeados pelos juízos de valor de uma sociedade que tem muita dificuldade em conviver com a diferença. Nesse ponto, não há uma particularidade aos homossexuais, mas uma constância às minorias em geral. Em nosso tempo, porém, naturalizou-se o desrespeito pelas homossexualidades.
Os jovens com inclinações homossexuais relutam em “sair do armário”, já que o preconceito é evidente. Para muitos pais, a homossexualidade de um filho tem caráter de punição. A escola não sabe como lidar com a diversidade sexual. Esses e outros motivos levam os homossexuais a constituírem uma imensa minoria calada e que, só recentemente, conseguiu sair às ruas e reivindicar os direitos que lhes são negados.
Educar as pessoas à diversidade sexual age no sentido de diminuir o preconceito homofóbico e difundir informações precisas aos jovens que estejam sentindo dificuldades e buscando entender sua sexualidade. Assim, nossa sociedade precisa se encontrar com uma humanidade perdida e fazer germinar a vida nos matizes mais diversos da aquarela, sob pena de produzir gerações e gerações de infelizes.
Hoje sabemos que o ser humano é regido pela dimensão do desejo que, submetido às leis da linguagem, frustra qualquer apreensão direta de sua finalidade. Ao buscar o prazer, a sexualidade escapa à ordem da natureza e age a serviço próprio "pervertendo" seu suposto objetivo natural: a procriação. Subordinar a sexualidade à função reprodutora é "um critério demasiadamente limitado", adverte Freud. Isto vem mostrar à biologia, à moral, à religião e à opinião popular, o quanto elas se enganam no que diz respeito à natureza da sexualidade humana: a sexualidade humana é, sem si, perversa - entendida aqui em seu sentido primeiro: desvio de uma finalidade específica. Ou seja, em se tratando de sexualidade, não existe "natureza humana", pois a pulsão sexual não tem um objeto específico, único e muito menos pré-determinado biologicamente.
Tanto o heterossexualismo quanto o homossexualismo são posições libidinais e identificatórias que o sujeito alcança dentro da particularidade de sua história: as duas formas de manifestação da sexualidade são igualmente legítimas. Tratar o homossexualismo como perversão, depravação, pecado e outros tantos adjetivos é uma visão reducionista e preconceituosa, reflexo do imaginário judaico-cristão, que privilegia problemas de alcova - situam os principais pecados da humanidade nos quartos de dormir! - deixando fora do debate às verdadeiras questões éticas.
E, para isso, as homossexualidades precisam ser desmitificadas. Pensá-las como crime, doença, pecado ou castigo, que fique para os ditames de outrora. Que o nosso tempo construa a inclusão e a cidadania também para essa população.
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