Articule os conceitos de inibição, sintoma e angustia para a clínica psicanalítica
Soluções para a tarefa
Resposta: De acordo com Marciela Henckel *;Manoel Tosta Berlinck
Já dizia Freud que existem casos apresentando somente inibições, e não sintomas. Na nossa experiência clínica com crianças apresentando graves manifestações psicopatológicas, não poucas vezes nos perguntamos se pudemos considerar como sintomas certas manifestações. Pretendemos com este artigo discutir distinções e articulações entre ambas as noções. Destacar um conceito do outro, para além de objetivar a busca por um rigor teórico, contribui para repensar diferentes manifestações psicopatológicas na clínica. Com isso, pretendemos manter uma posição necessariamente cautelosa com relação ao diagnóstico diante de uma criança em constituição.
Inibição e sintoma articulam-se, então, como a angústia. Trata-se de uma intrínseca relação apontada por Freud nesses casos de fobia. Segundo ele, o reconhecimento do perigo da castração, pelo sinal da angústia dado pelo Eu, inibe [inhibiert], por meio da instância prazer-desprazer, o processo de investimento ameaçador no Isso. A angústia de castração recebe um outro objeto e uma expressão distorcida (ou seja, ocorre uma formação substitutiva denominada sintoma). Ao mesmo tempo, é justamente essa formação substitutiva do perigo de castração que possibilita o controle sobre o perigo, quando permite evitar ou suspender o desenvolvimento da angústia (denominada inibição). O pequeno Hans, ao substituir o temido pai pelo cavalo, controla sua angústia, evitando a visão do cavalo, evitando sua presença, livrando-o, assim, do perigo da ameaça de castração. Por isso, Freud vai dizer que, na fobia, a angústia é facultativa - ela só surge quando seu objeto torna-se tema da percepção. "O pequeno Hans impõe, portanto, uma limitação ao seu eu, ele produz a inibição de sair para não se encontrar com cavalos" (Freud, 1926 [1925], p. 40).
Explicação: