Geografia, perguntado por bruna2119, 1 ano atrás

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Respondido por sofiamoraes0512
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Por uma série de razões, começa a se generalizar – tanto em países centrais como nos menos desenvolvidos – a sensação de que a exclusão social estaria aumentando. No entanto, apesar de seu uso amplamente disseminado e de sua influência no discurso político, o termo exclusão social ainda não foi devidamente definido.

A partir da década de 80 observou-se a intensificação do processo de internacionalização das economias capitalistas, que se convencionou chamar de globalização. Algumas das características distintivas desse processo foram a enorme integração dos mercados financeiros mundiais e o crescimento singular do comércio internacional – viabilizado pelo movimento de queda generalizada de barreiras protecionistas e pela crescente presença de empresas transnacionais.

Na Europa, a discussão sobre exclusão social apareceu na esteira do crescimento dos sem-teto e da pobreza urbana, da falta de perspectiva decorrente de desemprego de longo prazo, da falta de acesso a empregos e rendas por parte de minorias étnicas e imigrantes, da natureza crescentemente precária dos empregos disponíveis e da dificuldade que os jovens passaram a ter para ingressar no mercado de trabalho.

Wolfe (1995) associa a preocupação com exclusão social à ameaça que grupos, até recentemente integrados ao padrão de desenvolvimento vigente, têm sofrido de serem marginalizados, concretizada em muitos casos, criando uma classe de novos excluídos. As recentes transformações sócio-econômicas ao gerarem uma massa de pessoas supérfluas ao sistema redirecionaram o foco das discussões sobre problemas sociais. Se antes a grande preocupação era com as condições de exploração nas quais a inserção se dava, agora ela tornou-se a dificuldade de encontrar formas de inserção social, quaisquer sejam elas. As esquerdas, de alguma forma, perderam uma de suas principais bandeiras. Se anteriormente centravam-se em críticas ao trabalho fabril nos moldes fordistas – alienante, repetitivo, não-criativo – mostram-se hoje perplexas com a nova natureza do problema; qual seja, encontrar formas de incorporar os indivíduos a esse trabalho. Há algum tempo, a imagem retratada por Charles Chaplin do trabalhador repetindo o gesto de apertar parafusos representava o pesadelo da Modernidade. Hoje, este posto de trabalho pode aparecer como o já distante sonho de segurança e estabilidade.

Para Rogers (1995) a abordagem de exclusão social é em sua essência multidimensional, incluindo não só a falta de acesso a bens e serviços, mas também à segurança, à justiça, à cidadania, ou seja, relaciona-se às desigualdades econômicas, políticas, culturais e étnicas. Pode-se estar excluído do mercado de trabalho (desemprego de longo prazo), do trabalho regular – part-time (1) e precário –, do acesso a moradias decentes e a serviços comunitários, do acesso a bens e serviços – inclusive públicos. A exclusão pode vir de dentro do mercado de trabalho, com empregos ruins e instáveis gerando renda insuficiente para garantir padrão de vida mínimo, como a falta de acesso à terra, à segurança e aos direitos humanos.

Silver (1995) aponta que algumas mudanças sociais e econômicas de grande envergadura geram fenômenos que passam a dominar a imaginação moral da sociedade, criando a necessidade de conceitualizá-los. O mesmo ocorre com as chamadas especificidades locais (de país para país, de diferentes regiões de um mesmo país).

Esses contextos específicos incluem o institucional (existência de políticas de welfare), o econômico (países ricos ou pobres, perfil de distribuição de renda, dinâmica de crescimento) e o entendimento de cada sociedade do que seja estar nela integrado. O conceito de exclusão social – bem como os de pobreza e desemprego – é uma resposta à necessidade de lidar com algumas características sócio-econômicas surgidas recentemente. Ela enumera, assim, mais de 20 categorias de excluídos, entre eles os sem-habilidades (skill-less), os analfabetos, os fora-da-escola, os viciados, os delinqüentes, as crianças que sofreram abuso.

É, pois, tarefa enormemente complexa tentar distinguir sentimento de exclusão, que subjetivamente é o que importa, de um critério objetivo de exclusão efetiva.

Essa complexidade é expressa com clareza na referência feita ao conceito pelo Comissariado Geral de Planejamento do governo francês: "A noção de exclusão social é saturada de significados, não-significados e contra-significados. Pode-se fazer quase qualquer coisa com o termo, já que ele exprime o ressentimento daqueles que não podem obter aquilo que reivindicam".

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