Geografia, perguntado por akatsuki777, 6 meses atrás

Apresente dois desafios que as bacias hidrográficas atualmente enfrentam: ​

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Respondido por anajuliazaim
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Resposta:

Falta de saneamento

Um dos maiores vilões da qualidade da água no Brasil é a oferta de saneamento básico. Pouco mais da metade da população brasileira, 52,4%, tinha coleta de esgoto em 2017, e apenas 46% do esgoto total é tratado, de acordo com o SNIS.

Dessa forma, um grande volume de esgoto não coletado ou não tratado é despejado em corpos d'água, provocando problemas ambientais e de saúde. "Essa falta de infraestrutura de saneamento básico tem um impacto brutal na qualidade das águas de todo o país", diz Carlos.

Não só a carência de coleta e de tratamento de esgoto é problemática, mas também a poluição causada por indústrias e pela agricultura, como o lançamento de agrotóxicos.

Desmatamento, em especial no Cerrado

O desmatamento de matas ciliares, que acontece em todas as bacias hidrográficas do Brasil, altera a quantidade e a qualidade dos corpos hídricos. Essa vegetação protege o solo, ajuda na infiltração da água da chuva e na alimentação do lençol freático e permite a recarga dos aquíferos.

Sua retirada aumenta o assoreamento, a perda do solo, a erosão e a taxa de evaporação da água. Segundo José Francisco Gonçalves Júnior, professor do Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília (UnB), todos esses impactos reunidos podem levar a uma indisponibilidade natural de recursos hídricos.  

Em outra frente, o desmatamento do Cerrado, considerado a "caixa d'água do Brasil" por causa de sua posição estratégica na formação de bacias hidrográficas, vem sendo devastado pela expansão da fronteira agrícola. "Qualquer alteração no Cerrado pode levar a uma degradação de inúmeras bacias hidrográficas de extrema relevância para obtenção de recursos hídricos brasileiros", afirma Gonçalves.

Para o professor, o uso do solo do bioma teve um efeito positivo na produtividade agrícola, mas a falta de uma regulação mais firme tem levado a uma superexploração, com vários danos. "Perda de território, de recarga de aquíferos, uma perda muito grande de nascentes e uma degradação e diminuição da disponibilidade de água", enumera.

Desperdício e perdas na distribuição de água

As perdas físicas e comerciais de água são outro grande problema. Elas são causadas por vazamentos nas tubulações, fraudes e erro de leitura nos hidrômetros e ficaram em torno de 38%, em média, em 2017, de acordo com o SNIS. A média em países desenvolvidos é inferior a 20%.

Um estudo conduzido pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a consultoria GO Associados revelou que o volume desperdiçado equivale a cerca de sete mil piscinas olímpicas por dia e representa prejuízos da ordem de R$ 10,5 bilhões anuais.

A ineficiência se reflete na tarifa, cria uma demanda artificial de água na natureza para compensar as perdas e traz outras consequências. "Existe também a perda econômica pela tarifa não paga pela água que se perdeu e um problema social porque, em momento de crise, as linhas de distribuição perdem pressão, e as pessoas que moram longe, normalmente as mais pobres, são as primeiras a sofrer com a falta de água", diz Carlos.

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