Após vasculhar cerca de 50 000 documentos no Brasil, em Por
tugal e Moçambique, o pesquisador Adelto Gonçalves traçou um perfil
de Gonzaga muito diferente do que aparece nos livros. [...] Degredado
para o exterior com o malogro do movimento la Inconfidência Mineira),
o poeta Tomás Antônio Gonzaga se envolveu no tráfico de escravos em
Moçambique. Não que ele próprio traficasse, mas, uma vez trabalhan-
do como juiz interino da alfândega, facilitava as coisas - provavelmente
mediante subomo - para seus amigos contraventores. Por fim, a tese
revela uma falsificação. Depois de morto, Gonzaga foi enterrado em
Moçambique. No túmulo dele, que é visitado por turistas em Ouro
Preto, estão, na verdade, os ossos de seu neto. (...)
Teses como essa reforçam a ideia de que a História não é feita
apenas por heróis ou facinoras, e sim por gente de carne e osso.
Adaptado de Veja, 21 jan. 1998. In: William Cereja: Thereza Cochar.
Literatura brasileira em diálogo com outras literaturas e outras
linguagens. São Paulo: Atual, 2009. p. 161.
A critica presente no último parágrafo do texto tem como base:
A) o fato de que houve historiadores que mentiram ao traçar a bio-
grafia do poeta Tomás Antônio Gonzaga
B) a ideia de que a História é contada, de geração em geração, ma-
joritariamente pelos heróis e facinoras, que não eram, de fato,
homens "de carne e osso"
C) o pressuposto do autor de que a História, por vezes, pode se es-
quecer do fato de que todos os que participaram dela são pessoas
"de carne e osso
D) a enganação dos responsáveis pelo túmulo do poeta em Ouro
Preto (MG), que disseminavam uma informação falsa sobre seu
paradeiro.
E) a falsidade do movimento da Inconfidencia Mineira, que pregava
o fim da escravidão mas trabalhava para manter esse sistema,
Soluções para a tarefa
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1- A alternativa que apresenta uma crítica que se relaciona corretamente com o texto é a letra C.
O texto apresentado pela questão, fala sobre os fatos não contados sobre a história do poeta Tomás Antônio Gonzaga, que é visto como uma figura ilustre da história da Inconfidência mineira.
No texto o autor tenta demonstrar a crítica ao fato de que muitas vezes, colocamos como heróis e símbolos nacionais, pessoas de carne e osso, que tendem a falhar e a cometer erros, pessoas que não são perfeitas. E quando silenciamos o lado obscuro de uma pessoa, estamos cometendo um erro.
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