Após o ataque de 11 de setembro nos Estados
Unidos e o incêndio da boate Kiss no Brasil, forças-
tarefa de assistência psicológica para vítimas e suas
famílias foram rapidamente organizadas. No entanto,
durante as pandemias, é comum que os profissionais
de saúde, cientistas e gestores se concentrarem
predominantemente no patógeno e no risco biológico,
em um esforço para entender os mecanismos
fisiopatológicos envolvidos e propor medidas para
prevenir, conter e tratar a doença. Nessas situações, as
implicações psicológicas e psiquiátricas secundárias ao
fenômeno, tanto no nível individual quanto no coletivo,
tendem a ser subestimadas e negligenciadas, gerando
lacunas nas estratégias de enfrentamento e aumentando
a carga de doençasassociadas.1,2
Embora as doenças infecciosas tenham surgido
em vários momentos da história, nos últimos anos,
a globalização facilitou a disseminação de agentes
patológicos, resultando em pandemias em todo o
mundo. Isso aumentou a complexidade da contenção de
infecções, que tiveram um importante impacto político,
econômico e psicossocial, levando a desafios urgentes de
saúde pública.2-6 HIV, Ebola, Zika e H1N1, entre outras
doenças, são exemplos recentes.1
O coronavírus (COVID-19), identificado na China no
final de 2019, tem um alto potencial de contágio e sua
incidência aumentou exponencialmente. Sua transmissão
generalizada foi reconhecida pela Organização Mundial
da Saúde (OMS) como uma pandemia. Informações
* Texto originalmente publicado em inglês no Brazilian Journal of
Psychiatry, com a seguinte referência: Ornell F, Schuch JB, Sordi AO,
Kessler FHP. “Pandemic fear” and COVID-19: mental health burden and
strategies. Braz J Psychiatry. Forthcoming 2020.
dúbias ou mesmo falsas sobre fatores relacionados
à transmissão do vírus, o período de incubação, seu
alcance geográfico, o número de infectados e a taxa de
mortalidade real levaram à insegurança e ao medo na
população. A situação foi exacerbada devido às medidas
de controle insuficientes e à falta de mecanismos
terapêuticos eficazes.5,7,8 Essas incertezas têm
consequências em diversos setores, com implicações
diretas no cotidiano e na saúde mental da população.
Esse cenário levanta várias questões: existe uma
pandemia de medo / estresse concomitante à pandemia
de COVID-19? Como podemos avaliar essefenômeno?
Para entender as repercussões psicológicas e
psiquiátricas de uma pandemia, as emoções envolvidas,
como medo e raiva, devem ser consideradas e
observadas. O medo é um mecanismo de defesa animal
adaptável que é fundamental para a sobrevivência e
envolve vários processos biológicos de preparação para
umarespostaaeventospotencialmenteameaçadores.No
entanto, quando é crônico ou desproporcional, torna-
se prejudicial e pode ser um componente essencial no
desenvolvimento de vários transtornos psiquiátricos.9,10
Em uma pandemia, o medo aumenta os níveis de
ansiedadeeestresseemindivíduossaudáveiseintensifica
os sintomas daqueles com transtornos psiquiátricos pré-
existentes.11
Durante as epidemias, o número de pessoas cuja saúde
mental é afetada tende a ser maior que o número de
pessoas afetadas pela infecção.12 Tragédias anteriores
mostraram que as implicações para a saúde mental
podem durar mais tempo e ter maior prevalência que
a própria epidemia e que os impactos psicossociais e
econômicos podem ser incalculáveis se considerarmos
sua ressonância em diferentescontextos
Alguém pode me ajudar Presiso de um resumo com nossas palavras poderiam me ajudar
Soluções para a tarefa
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desculpe + eu não sei.... preciso de pontos.....
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