Biologia, perguntado por Brunozinka, 1 ano atrás

Após a leitura completa do texto, explique o título do artigo

Soluções para a tarefa

Respondido por Analulúh
46
Qual é o Texto???? Me desculpe mais preciso do texto pra responder.

Jhulianna2812: A nova ordem da vida
Respondido por modesto398
3

Após a leitura completa do texto, explique o título do artigo.

⦁ Qual é a relação entre o nome do pesquisador e a ascendência dele com o tema tratado no texto?

⦁ De acordo com o autor do texto, quais são as características necessárias para ser um bom pesquisador?

⦁ De acordo com o texto, o que significa filogenia?

⦁ Quais são as características da nomenclatura lineana descritas no texto?

⦁ Quais foram os avanços da proposta de Lineu?

⦁ Explique o significado da frase: “Rebocado, pintado e ampliado, o edifício lineano continua firme, de pé”.

⦁ Qual é a crítica de Queiroz ao sistema proposto por Lineu?

A nova ordem da vida

Em sã consciência, poucas pessoas se arriscariam a colocar lado a lado porcos e baleias, como se fossem parentes próximos. Sair chamando galinhas de dinossauros ou cobras, animais rastejantes por excelência, de bichos de quatro patas causaria um grau parecido de estranheza. Contudo, mudanças como essas, com cara de absurdo, mas fundamentadas pela própria história da vida na Terra, são algumas das consequências mais instigantes do PhyloCode (uma abreviação inglesa para “código filogenético”), um novo sistema para denominar e classificar os seres vivos, que promete reconduzir a evolução, de longe a ideia mais importante e unificadora da Biologia, de volta a seu devido lugar.

O principal idealizador do PhyloCode é o americano Kevin de Queiroz, um californiano de 45 anos que é, ele próprio, um enigma classificatório. “Sim, o meu sobrenome é português”, diz Queiroz, “mas o meu avô era mexicano e se chamava Padilla. Ele mudou de nome várias vezes, volta e meia adotando nomes portugueses. Queiroz é o nome que ele usava quando meu pai nasceu.” Para completar, o especialista em répteis do Museu Nacional de História Natural, em Washington, também tem sangue japonês. “Acho que meus nomes e meu sangue são bem misturados”, brinca.

De qualquer maneira, essa confusão genealógica não atrapalhou os traços característicos da personalidade do pesquisador: ordem, lógica, coerência interna. “Eu sou uma pessoa que se esforça muito para ser logicamente consistente. E, além disso, gosto muito de pensar sobre as consequências lógicas das coisas, e isso às vezes leva a ideias novas, como a nomenclatura filogenética.”

Apesar de esquisita, essa palavrinha de origem grega tem um significado que não é nem um pouco extravagante: a filogenia consiste em olhar a diversidade das formas de vida como uma grande família, organizando criaturas em grupos de parentesco e descendência. Tudo muito de acordo com a biologia evolutiva, sem dúvida.

Mas acontece que a maneira usada para organizar os seres vivos há quase 250 anos, argumenta Queiroz, não leva esse princípio básico em conta. De fato, o sistema até hoje usado para designar as formas de vida, conhecido de qualquer um que já tenha usado o indefectível Homo sapiens para incrementar uma redação de colégio, é a nomenclatura lineana.

Seu criador, o botânico sueco Carl von Linné ou Carolus Linaeus (1707-1778), elaborou o conceito de um nome duplo, ou binômio, de origem latina ou grega, cujo primeiro termo (Homo) designava o gênero, um agrupamento mais amplo de organismos, enquanto o segundo (sapiens) era o nome pessoal e intransferível de cada espécie. As espécies lineanas eram agrupadas em gêneros, depois em famílias, ordens (a da humanidade, até hoje, é a dos primatas), classes e reinos.

De qualquer lado que se olhe, a arquitetura teórica de Lineu (como é geralmente chamado em português) foi um avanço mais do que respeitável: para dar uma ideia, naturalistas europeus da era pré-lineana eram obrigados a chamar uma simples roseira silvestre de Rosa sylvestris alba cum rubore folio glabro. O binômio de Lineu reduziu ao mínimo necessário essa tagarelice latina e, de quebra, suas categorias ajudaram a impor um pouco de critério científico, como o uso de semelhanças anatômicas, em uma época em que os animais eram divididos em selvagens e domésticos, ou terrestres, aquáticos e aéreos.

Rebocado, pintado e ampliado, o edifício lineano continua firme, de pé. O grande problema, porém, é que Lineu fixou seu sistema em 1758 – exatos 101 anos antes da publicação de A origem das espécies, de Charles Darwin, o livro que instala de vez a evolução no trono da Biologia. Para Lineu, as subdivisões da vida eram só um recurso prático, organizacional: “A invariabilidade das espécies é a condição da ordem [na natureza]”, proclamava o naturalista, filho de um pastor luterano. É difícil achar algo mais distante do que queria Darwin: “Nossas classificações deverão se tornar, até onde for possível adequá-las, genealogias”. A frase, não por acaso, abre o artigo de Queiroz que se tornou o embrião do PhyloCode. [...] Lopes, Reinaldo José. A nova ordem da vida.

Folha de S.Paulo, 12 maio 2002.

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