. Após a chegada da família real ao Brasil, a cidade do Rio de
Janeiro passou por transformações. Ouais foram as principals
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Resposta:
Mudanças econômicas
É importante ressaltar que nesse momento histórico, século XIX, o mundo passava por uma série de transformações políticas, econômicas e sociais. A industrialização ditava os rumos do desenvolvimento econômico e, nesse sentido, a Inglaterra estava muito à frente dos outros países.
Com isso, D. João IV tomou algumas medidas na tentativa de fomentar a atividade industrial no reino, revogando decretos que proibiam a instalação de manufaturas na colônia, oferecendo subsídios a determinados setores industriais, isenção de tributos na aquisição de matérias-primas para a indústria, entre outras coisas.
Além disso, com Portugal ainda ocupado pelas tropas francesas, D. João precisava colocar dentro da legalidade uma rede de contrabando existente entre a Inglaterra e a colônia para arrecadar tributos referentes a essas transações. Foi nesse contexto que ele assinou o Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas em janeiro de 1808, ou seja, as transformações de natureza econômica que estavam acontecendo, inevitavelmente, no comércio mundial explicam em grande medida os motivos pelos quais, logo após a chegada ao Brasil, o príncipe regente assinou essa medida. Foi também em 1808 que D. Pedro VI fundou o Banco do Brasil, que existe até os dias de hoje.
Os impactos econômicos a partir de então influenciaram diretamente a Independência do Brasil após a volta da Corte portuguesa a Lisboa. Porém, de imediato, D. João teve que fazer diversas concessões a comerciantes tanto ingleses quanto brasileiros na tentativa de ‘corrigir’ distorções e atender protestos. Outra medida que impactou fortemente a economia da então colônia foi a pressão cada vez mais forte dos ingleses para que Portugal abolisse o tráfico de escravos.
→ Mudanças sociais
Com o estabelecimento da família real, funcionários da corte, do alto clero e de nobres que teriam vindo com a transferência, a cidade do Rio de Janeiro mudou até de fisionomia. Sua população praticamente dobrou de número, passando de 50 mil para aproximadamente 100 mil pessoas.
Com a vinda de bibliotecas inteiras, a circulação de ideias e debates passou a se tornar mais frequente. Assim, houve o surgimento de novos veículos de imprensa, o estabelecimento de artistas, novas construções foram feitas, entre muitas outras coisas, o que reconfigurou a vida urbana do Rio de Janeiro.
Em junho 1815, Napoleão foi derrotado no episódio que ficou conhecido como Batalha de Waterloo. A partir de então, Portugal e França reataram suas relações diplomáticas. Desde o final do século XVIII, com a expulsão dos jesuítas do Brasil, havia um vazio intelectual e artístico. D. João VI, percebendo a necessidade de preencher esses espaços, juntamente com a aproximação diplomática com a França após 1815, amparou o acolhimento de um grupo de artistas franceses, liderado por Jacques Le Breton. Em 1816, esse grupo desembarcou no Rio de Janeiro.
Esse movimento foi responsável, em sua época, por alinhar o Brasil à Europa nos ideais artísticos e estéticos, sobretudo com a introdução da escola neoclassicista. Contudo, a missão encontrou, também, fortes resistências de artistas já estabelecidos, que se filiavam à tradição artística barroca.
→ Mudanças políticas
Com a vinda de aproximadamente 15 mil pessoas ao Estado do Brasil, entre portugueses e estrangeiros de outras nacionalidades, uma série de interesses divergentes passou a se consolidar e disputar espaços de poder. Embora não houvesse ainda partidos políticos no Brasil, um aglomerado de comerciantes, proprietários de terras e escravos passou a ser reconhecido como Partido do Brasil.
O surgimento desse grupo ocorreu após a Revolução do Porto, em 1820, e exerceu forte influência sobre a política do período. Eles foram, inclusive, os principais responsáveis pela pressão política que culminou no convencimento de D. Pedro I a permanecer no Brasil e, em seguida, declarar a independência, em 1822. Após 1831, durante o Período Regencial, membros desse grupo informal estabeleceram-se no Partido Moderado, sendo este, portanto, sucessor do Partido do Brasil.
Além disso, começou a surgir também uma elite ilustrada no Brasil, com referenciais teóricos do liberalismo e outras ideias vigentes na Europa. Isso levou à formação, também em 1831, do Partido Liberal, cujos membros eram conhecidos como Luzias.