APESAR DE TOMAR POSSE DE TERRAS A OESTE DO ATLÂNTICO SUL, POR QUE A COROA PORTUGUESA NÃO SE INTERESSOU IMEDIATAMENTE EM COLONIZAR A REGIÃO?
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Cara Vivian,
Os navegantes e empreendedores portugueses desejavam comprar ou obter as especiarias (cravo, pimenta, pau-brasil, dentre outras) e conseguir vendê-las com uma margem de lucro de até 6.000%, como o obtido pelo navegante Vasco da Gama ou encontrar grandes quantidades de ouro, como ocorreu com a Espanha. Nesse sentido, a colonização ou invasão por Portugal das terras que hoje formam o Brasil requeriam um alto investimento pela falta de produtos de retorno rápido e seguro, tal como o proporcionados pelas especiarias.
Além disso, o pau-brasil, entre outros produtos comerciais interessantes das terras que seriam o Brasil não requeria a presença continuada no território, haja vista que sua obtenção era mais fácil através do escambo com os índios (eles cortavam em troca de bugigangas).
Para completar a situação, as tribos indígenas brasileiras viviam na idade da pedra, sem grandes civilizações que permitissem acúmulo de riquezas ou uma estrutura social ampla e já organizada, como as roubadas e dominadas pelos espanhóis, como os incas e astecas, dentre outros povos.
Desse modo, apenas quando o comércio com as Índias e outros países orientais deixou de ser tão rentável e já havia desenvolvido a tecnologia para o cultivo da cana-de-açúcar nas ilhas de Madeira e Açores, bem como outras nações europeias (especialmente a França) ameaçavam tomar partes do território que hoje seria o Brasil, Portugal promoveu o sistema de capitanias hereditárias como uma tentativa de colonizar o gigantesco território que possuía na América.
Exceto por Pernambuco e São Vicente, esse sistema de capitanias hereditárias sem um governo geral no novo território falhou, pois os índios lutaram bravamente contra as invasões e a escravidão, bem como, mesmo sem passar por situação semelhante, sabiam por outras tribos dessas práticas pelos portugueses.
Entretanto, devido às gigantescas quantidades de vítimas indígenas das epidemias trazidas pelos enquanto os portugueses não eram tão afetados pelas mesmas doenças (em razão de, na Europa, após dezenas ou centenas de gerações, a maior parte das pessoas eram descendentes daqueles que apresentavam algum tipo de resistência a essas doenças) houve uma dominação cultural, pois os indígenas passaram a acreditar que isso se devia ao deus dos europeus ser mais forte que os deles, de modo que houve a desestruturação de muitas sociedades indígenas e a conversão em massa em busca de salvação contra as epidemias e, em parte, por isso, até hoje, a maioria da população que habita a América é cristã.
Os portugueses não conseguiram obrigar os índios ao trabalho pesado na lavoura por muito tempo, pois a agricultura era um trabalho feminino na sociedade deles, preferindo a morte, criando-se o mito de que os indígenas seriam "preguiçosos".
Para superar essas dificuldades, os portugueses conseguiram se aliar a algumas tribos, conseguindo acesso aos segredos e recursos humanos suficientes para vencer as demais tribos. Isso resultou, por exemplo, a utilizamos o termo "tupiniquim" para nos referirmos a nós mesmos, haja vista que a tribo dos tupiniquins foi uma que se aliou aos portugueses. Essas tribos parceiras os auxiliaram, especialmente através dos descendentes entre ambos, os mamelucos, a conhecerem os segredos e as técnicas de sobrevivência no Novo Mundo.
Contribuindo para o êxito do projeto colonizador, os jesuítas eram bem organizados, estudiosos, e práticos, trocando experiências sobre as práticas de catequização no mundo inteiro, analisando quais tinham êxito ou não, bem como apropriando-se das culturas locais para melhor converterem.
Tal como fizeram no Japão, eles aprenderam as línguas indígenas e criaram dicionários destas para o português, ensinando-os a cultivar a terra e cuidar de animais, criando povoamentos que se converteram em cidades, em diferentes locais do Brasil. Muitos desses índios eram, contrariando a vontade dos religiosos, capturados e convertidos em escravos.
Na verdade, eles não desejavam a escravidão dos indígenas, mas os convertiam à religião católica, bem como à vida sedentária com o cultivo de plantas e animais trazidos de outras partes do mundo. Assim, esses religiosos adquiriram poder na sociedade, tanto que foram expulsos do Brasil em 1759.
A partir de então houve uma maior escravidão de negros da África, pois a escravidão de africanos pelos próprios africanos e pelos árabes, de maneira que esses escravos já estavam acostumados ao trabalho, a mão de obra africana passou a ser utilizada nas lavouras de cana, de modo que os maiores estados produtores de cana-de-açúcar ainda hoje apresentam boa parte da população composta por afrodescendentes.
Vale ressaltar que a maior parte da sociedade da época, mesmo nas cidades, era composta por índios, escravos e uma pequena quantidade de brancos, em geral, homens portugueses. Nesse sentido, com a quase absoluta ausência de mulheres europeias, a miscigenação foi um fator importante para a formação da sociedade da época, influenciando ainda hoje a composição étnica do povo brasileiro.
Os navegantes e empreendedores portugueses desejavam comprar ou obter as especiarias (cravo, pimenta, pau-brasil, dentre outras) e conseguir vendê-las com uma margem de lucro de até 6.000%, como o obtido pelo navegante Vasco da Gama ou encontrar grandes quantidades de ouro, como ocorreu com a Espanha. Nesse sentido, a colonização ou invasão por Portugal das terras que hoje formam o Brasil requeriam um alto investimento pela falta de produtos de retorno rápido e seguro, tal como o proporcionados pelas especiarias.
Além disso, o pau-brasil, entre outros produtos comerciais interessantes das terras que seriam o Brasil não requeria a presença continuada no território, haja vista que sua obtenção era mais fácil através do escambo com os índios (eles cortavam em troca de bugigangas).
Para completar a situação, as tribos indígenas brasileiras viviam na idade da pedra, sem grandes civilizações que permitissem acúmulo de riquezas ou uma estrutura social ampla e já organizada, como as roubadas e dominadas pelos espanhóis, como os incas e astecas, dentre outros povos.
Desse modo, apenas quando o comércio com as Índias e outros países orientais deixou de ser tão rentável e já havia desenvolvido a tecnologia para o cultivo da cana-de-açúcar nas ilhas de Madeira e Açores, bem como outras nações europeias (especialmente a França) ameaçavam tomar partes do território que hoje seria o Brasil, Portugal promoveu o sistema de capitanias hereditárias como uma tentativa de colonizar o gigantesco território que possuía na América.
Exceto por Pernambuco e São Vicente, esse sistema de capitanias hereditárias sem um governo geral no novo território falhou, pois os índios lutaram bravamente contra as invasões e a escravidão, bem como, mesmo sem passar por situação semelhante, sabiam por outras tribos dessas práticas pelos portugueses.
Entretanto, devido às gigantescas quantidades de vítimas indígenas das epidemias trazidas pelos enquanto os portugueses não eram tão afetados pelas mesmas doenças (em razão de, na Europa, após dezenas ou centenas de gerações, a maior parte das pessoas eram descendentes daqueles que apresentavam algum tipo de resistência a essas doenças) houve uma dominação cultural, pois os indígenas passaram a acreditar que isso se devia ao deus dos europeus ser mais forte que os deles, de modo que houve a desestruturação de muitas sociedades indígenas e a conversão em massa em busca de salvação contra as epidemias e, em parte, por isso, até hoje, a maioria da população que habita a América é cristã.
Os portugueses não conseguiram obrigar os índios ao trabalho pesado na lavoura por muito tempo, pois a agricultura era um trabalho feminino na sociedade deles, preferindo a morte, criando-se o mito de que os indígenas seriam "preguiçosos".
Para superar essas dificuldades, os portugueses conseguiram se aliar a algumas tribos, conseguindo acesso aos segredos e recursos humanos suficientes para vencer as demais tribos. Isso resultou, por exemplo, a utilizamos o termo "tupiniquim" para nos referirmos a nós mesmos, haja vista que a tribo dos tupiniquins foi uma que se aliou aos portugueses. Essas tribos parceiras os auxiliaram, especialmente através dos descendentes entre ambos, os mamelucos, a conhecerem os segredos e as técnicas de sobrevivência no Novo Mundo.
Contribuindo para o êxito do projeto colonizador, os jesuítas eram bem organizados, estudiosos, e práticos, trocando experiências sobre as práticas de catequização no mundo inteiro, analisando quais tinham êxito ou não, bem como apropriando-se das culturas locais para melhor converterem.
Tal como fizeram no Japão, eles aprenderam as línguas indígenas e criaram dicionários destas para o português, ensinando-os a cultivar a terra e cuidar de animais, criando povoamentos que se converteram em cidades, em diferentes locais do Brasil. Muitos desses índios eram, contrariando a vontade dos religiosos, capturados e convertidos em escravos.
Na verdade, eles não desejavam a escravidão dos indígenas, mas os convertiam à religião católica, bem como à vida sedentária com o cultivo de plantas e animais trazidos de outras partes do mundo. Assim, esses religiosos adquiriram poder na sociedade, tanto que foram expulsos do Brasil em 1759.
A partir de então houve uma maior escravidão de negros da África, pois a escravidão de africanos pelos próprios africanos e pelos árabes, de maneira que esses escravos já estavam acostumados ao trabalho, a mão de obra africana passou a ser utilizada nas lavouras de cana, de modo que os maiores estados produtores de cana-de-açúcar ainda hoje apresentam boa parte da população composta por afrodescendentes.
Vale ressaltar que a maior parte da sociedade da época, mesmo nas cidades, era composta por índios, escravos e uma pequena quantidade de brancos, em geral, homens portugueses. Nesse sentido, com a quase absoluta ausência de mulheres europeias, a miscigenação foi um fator importante para a formação da sociedade da época, influenciando ainda hoje a composição étnica do povo brasileiro.
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