Apesar de o círculo mágico ser um modelo teórico para analisar um tipo de fenômeno, ele pode ser útil em situações práticas. Se for considerada a criação e a manutenção do círculo mágico nos projetos, é possível identificar mais rapidamente as possíveis fraquezas, assim como algumas oportunidades.
Neste Desafio, você deverá empregar os seus conhecimentos sobre o fenômeno do círculo mágico e seus correlatos para sugerir melhorias a um projeto de entretenimento. Para isso, acompanhe a situação-problema a seguir.
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Tomando por base essa estrutura inicial, e considerando que um jogo do tipo ARG (sigla em inglês para jogos de realidade alternada) — que mistura elementos da realidade com elementos de fantasia —, é mais suscetível à quebra do círculo mágico, como você alteraria os elementos do plano apresentado para proporcionar a melhor imersão dos participantes?
Soluções para a tarefa
Resposta:
PADRÃO DE RESPOSTA ESPERADO:
O objetivo principal deve ser criar um círculo mágico amplo e forte o suficiente para que os participantes se mantenham engajados e respeitem as regras do jogo, mesmo nos seus momentos menos diegéticos, ou seja, para que se sintam no jogo mesmo quando estiverem no mundo real. Existem inúmeras maneiras de fazer isso, aqui vão algumas sugestões:
A abordagem inicial é fraca. O momento não diegético inicial, o do convite para a brincadeira, tem de ser mais pessoal. Imagine a dificuldade de montar um grupo para brincar de pega-pega apenas convidando qualquer um na rua. Portanto, a estratégia poderia iniciar convidando aqueles que já são fãs da banda e, portanto, mais propensos a se interessar. Quem já fosse cadastrado em uma lista de e-mail, por exemplo, poderia receber um convite misterioso, dentro da temática do universo da banda. Esse convite poderia dar alguma missão ou papel para o fã, ressignificando a relação dele com aquele universo fictício.
A ideia de fazer algo público para dar maior visibilidade à campanha é boa, mas para que as pessoas se organizem dessa forma, elas precisam estar bem inseridas no círculo mágico. Nesse caso, uma estratégia melhor seria estipular que os primeiros convidados, os fãs cadastrados, tivessem que convencer outras pessoas próximas a se cadastrar e participar também. Isso facilitaria o engajamento, pois é mais fácil brincar com aqueles que você já conhece e confia. Com essa relação de confiança e proximidade estabelecida, cada participante pode ajudar a manter o círculo mágico para os outros.
A ideia de jogos, charadas e quebra-cabeças no ambiente digital em conjunto com essas ações feitas no mundo real é exatamente o que constitui um ARG. Porém, é importante que essa parte digital mantenha-se conectada com a experiência já criada até então, ou seja, o jogo digital deve fazer parte da mesma diegese criada com o convite misterioso inicial. Se o jogo estiver desconectado dessa história, não funcionará bem.
Por fim, a ideia da recompensa é bem interessante, mas pode ser mantida como surpresa até um pouco mais para frente. O desafio e a imersão devem ser os motivadores do jogo, não a recompensa. Também é importante que essa recompensa esteja inserida dentro do círculo mágico criado. Talvez a narrativa possa ser algo como: “a banda perdeu seu disco novo e, agora, os fãs devem achar as partes para recuperá-lo, só assim ele poderá ser lançado”. Uma história como essa pode promover engajamento com um senso de participação e pertencimento forte, o qual pode ficar na memória dos fãs por muito tempo. “Aquele não foi só um disco que você recebeu antecipadamente, mas sim um que você e outros ajudaram a recuperar e lançar.”
Explicação: .....