ao ver o filme "treinador Carter" surge a pergunta: qual o seu maior medo? responda.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Coach Carter: treino para a vida. É uma história real e inspiradora. Conta a trajetória de Ken Carter, dono de uma loja de artigos esportivos que aceita ser técnico de baskete da mesma escola onde estudara e também fora jogador. Carter se preocupava com o desempenho escolar dos jogadores que treinava. Seu objetivo não era apenas esportivo, mas, sobretudo, ético. Almejava colaborar para que os estudantes se desenvolvessem na vida a partir da visão que o próprio técnico tinha de cidadania e sucesso. O subtítulo do filme (treino para a vida) ilustra bem isso.
Carter recebe o convite para ser técnico da escola na qual ele próprio já havia se destacado bastante como jogador no período que era adolescente. Trinta anos depois quando recebe o convite para treinar o time da mesma escola na qual estudara, Carter encontra uma situação ético-política semelhante à que vivenciara em seu período de estudante. Os estudantes possuíam em seus espaços de experiência e horizontes de expectativas perspectivas e exemplos desmotivadores relacionados à alta taxa de criminalidade, drogadição e prisão. Isto associado a um índice escolar pífio e uma desmotivação do corpo docente que naturalizava o fracasso escolar de modo determinista.
Para se inserir ativamente nessa realidade o treinador Carter faz da máxima “disciplina é liberdade” um lema. E desde o primeiro contato com o grupo de estudantes que irá treinar propõe um contrato para quem quiser continuar no time que inclui levar notas acima da media, usar gravata em dias de jogos, sentar na primeira fila. Clausulas que vão de encontro à história pessoal dos estudantes. Essas exigências extra-sala estão associadas a um treinamento tático heterodoxo e um condicionamento físico extremamente rigoroso. Tudo isso de modo inflexível, sem “aliviar” nem mesmo para seu filho, que é um dos jogadores. Carter propõe que por meio da disciplina e do trabalho duro todos poderão atingir suas metas.
Ao Vir com essa nova postura Ken Carter provoca novas sensações que configuram um novo ciclo de contato, a partir do qual as antigas sensações de fracasso, indiferença, comodismo, determinismo que existiam nas relações entre os alunos entre si como também na relação dos estudantes com seus professores cedem a contatos autênticos com o treinador que provocam sensações de esperança, transformação e honestidade. Aliadas a essas sensações construtivas a chegada de Carter também provoca raiva, impaciência e medo. O que constitui para o técnico um preço justo a ser pago para os resultados almejados.
Antes da chegada de Carter o time de basket era um conjunto de pessoas reunidas sem coesão. Logo no início assistimos a uma partida na qual o time perde e quando os jogadores vão ao vestuário ficam discutindo entre si, chegando quase à agressões físicas por várias vezes. É como se antes de Carter não se tratasse de um grupo. Após A chegada de Carter observamos a formação e consolidação de um grupo com objetivos comuns que invés de ter briga entre seus membros passa a ter colaboração entre os mesmos. Os membros começam a defender uns aos outros e se ajudar. Uma cena emblemática nesse sentido é quando um jogador é penalizado e tem que realizar mil exercícios físicos em determinado período, não conseguindo os outros jogadores se oferecem para ajudá-lo a concluir a tarefa.
Para garantir a homeostase vários membros do grupo passam a realizar ajustamentos criativos. Como quando um dos jogadores que até então era envolvido com criminalidade e não se interessava pelos estudos abandona o crime e passa a estudar, recitando inclusive um poema de memória para o professor, em um momento emocionante que sensibiliza não apenas o treinador como também os próprios colegas de time. (TELLEGEN, 1984).
Uma cena forte nesse sentido é quando o treinador Carter se demite por ter feito algumas exigências que não foram aceitas pela escola. E os alunos jogadores mesmo não sendo obrigados a seguir as regras de Carter o fazem espontaneamente não apenas por conta da importância do papel de liderança que Carter tem mas também por conta das auto regulações e ajustes criativos que o grupo já havia realizado em um modelo no qual a retroalimentação ocorre em uma dinâmica de causalidade circular.
Carter é o tipo de líder rígido. Só há um momento em todo o filme no qual Carter se reúne com o time para escutá-lo. Carter enfatiza que a palavra está com o time, contudo, assim que o primeiro estudante emite sua opinião Carter já faz uso da palavra para argumentar a favor de suas regras e de seu estilo.