Ao se referir aos ninguéns como aqueles que falam dialetos, praticam superstições, fazem artesanato, têm folclore, Eduardo Galeano apresenta o conceito de:
Soluções para a tarefa
Olá!
O conceito de ninguém.
Você esqueceu o texto, irei incluí-lo para auxiliar na resposta.
As pulgas sonham em comprar um cão, e os ninguéns com deixar a pobreza, que em algum dia mágico a sorte chova de repente, que chova a boa sorte a cântaros; mas a boa sorte não chove ontem, nem hoje, nem amanhã, nem nunca, nem uma chuvinha cai do céu da boa sorte, por mais que os ninguéns a chamem e mesmo que a mão esquerda coçe, ou se levantem com o pé direito, ou comecem o ano mudando de vassoura.
Os ninguéns: os filhos de ninguém, os donos de nada.
Os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos, morrendo a vida, fodidos e mal pagos:
Que não são, embora sejam.
Que não falam idiomas, falam dialetos.
Que não praticam religiões, praticam superstições.
Que não fazem arte, fazem artesanato.
Que não são seres humanos, são recursos humanos.
Que não têm cultura, têm folclore.
Que não têm cara, têm braços.
Que não têm nome, têm número.
Que não aparecem na história universal, aparecem nas páginas policiais da imprensa local.
Os ninguéns, que custam menos que a bala que os mata.
O ninguém pode ser observado a partir de uma ótica social e cultural, como a parcela segregada financeiramente que geralmente sofre com as problemáticas e má organização do Estado e da economia do país.
O sonho de não ser mais um "ninguém" é muito comum para a parcela pobre em bens da sociedade, fato que nos apresenta um paralelo com as políticas capitalistas e como a sociedade evolui de maneira desigual, pois enquanto uns são cada vez mais ricos outros vivem na miséria sem condições básicas como educação de qualidade, segurança, transporte, saúde e saneamento básico.
Até mais!