Antigamente, os piralhos dobravam a língua diante dos pais e se um se esquecia de arear os dentes antes de cair nos braços de mordeu, era capaz de entrar no couro. Não devia também se esquecer de lavar os pés, sem fugir nem mugir. Nada de bater na cacunda do padrinho , nem de debicar os mais velhos , pois levava tunda. Ainda cedinho, aguava as plantas, ia ao corte e logo voltava aos penates. Não ficava mangando na rua ,nem escapulia do mestre, mesmo que não entendesse patavina da instrução moral e cívica. O verdadeiro smart calçava botina de botões para comparecer todo liro ao corpo d'água, se bem que no convescote apenas lanbiscasse, para evitar flatos. Os bilontras é que eram um precipício, jogando com pau de dois bicos, pelo que carecia muita cautela e caldo de galinha. O melhor era pôr as barbas de molho diante de um treteiro de topete, depois de fintar é engambelar os coios, e antes que se pudesse tudo em pratos limpos, ele abria o arco.
ANDRADE ,C.D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983 (fragmento).
Sobre o fragmento do texto "Antigamente ", de Carlos Drummond de Andrade, e correto afirma que:
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É possível perceber no texto a transformação pela qual passou a Língua Portuguesa, evidenciando assim que o idioma é mutável e variável.
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