Antigamente, algumas mensagens chegavam ao seu destino por meio de pombos. Verdade ou mito?
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Verdade esse meio foi muito utilizado na época colonial mas depois foi substituído pelo telegrama e depois pela carta
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Verdade O pombo-correio não leva uma mensagem espontaneamente a um determinado destino, como muita gente pensa. Ao invés disso, ele é transportado de seu local de origem até um certo ponto de partida, de onde ele saberá como retornar à sua casa.
“É um mecanismo natural que ele tem. Trata-se de uma estratégia adaptativa, ou seja, um resultado da seleção natural. Alguns animais são nômades, outros, migratórios. Já os pombos-correio possuem uma moradia fixa e procuram sempre voltar para esse abrigo, onde encontram proteção, alimento e os membros de seu bando”, diz o professor Ronald Ranvaud, que ministra as disciplinas de Neurofisiologia e Ciências Cognitivas no Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP).
“Na etologia, que engloba os estudos de comportamento, isso é chamado de fidelidade ao sítio de origem”, complementa. Ele conta que, além dessa característica, esses animais apresentam também um comportamento gregário, o que significa que não são solitários e, por isso buscam estar sempre juntos a um bando.
Os pombos-correio são da mesma espécie dos pombos comuns que se veem nas ruas, mas pertencem a uma raça diferente. Seu porte é maior e possuem uma carúncula mais acentuada na base do bico. Durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, eles foram bastante utilizados para o envio de mensagens, como um recurso alternativo de comunicação. “Documentos da época mostram caminhões que serviam como pombais móveis.
Mesmo que eles fossem levados a lugares diferentes a cada dia, desde que não muito distantes do local de origem, os pombos conseguiam voltar”, conta o professor. Ronald explica que as mensagens ou encomendas são geralmente amarradas na perna do animal, ou colocadas em um tipo de mochila especial. Hoje em dia, essas aves ainda são utilizadas como mensageiras.
“Até recentemente, o exército russo mantinha uma ‘divisão’ para pombos-correio. Na Inglaterra, há cerca de dez anos, um hospital os usava para levar amostras ao seu laboratório, por ser um transporte mais rápido, que não precisa enfrentar o trânsito. E faz parte do folclore que elas também sejam usadas no contrabando de drogas e diamantes”.
Mas não é qualquer pombo que se pode usar como mensageiro. Se pegássemos um exemplar na rua e o levássemos para um local desconhecido, ele provavelmente conseguiria voltar para casa – mas existe uma limitação. “Se o animal for afastado cerca de 15 km de onde vive, por exemplo, ele certamente saberia encontrar o caminho de volta. Mas se essa distância exceder uns 50 km, ele dificilmente voltaria, pois precisaria ter um porte de atleta”, diz Ronald Ranvaud.
Por isso, os pombos-correio são treinados desde pequenos a voar longas distâncias para ganhar resistência e não se perderem. O treinamento começa a ser realizado a partir do momento em que o animal aprende a voar, geralmente aos 30 a 45 dias de vida. “Inicialmente, ele faz voos livres todos os dias, não se afastando muito do pombal. A partir dos três meses de idade, já se pode afastá-lo uns 30 km de sua casa que ele saberá voltar”, conta o professor. Aos poucos, as distâncias vão aumentando e as direções para onde é levado também são diversificadas. “Cada uma dessas ocasiões representa um aprendizado”, explica o professor.
Para se guiar no caminho de volta, os pombos possuem três habilidades fundamentais: a visão, pela qual localiza o Sol e identifica sua posição (leste, oeste e norte); o relógio interno, por meio do qual r ou celular.
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