Analise o trecho do relato enviado pelo Ministro da Justiça do Império, Clemente Ferreira França, a D.Pedro I, em 1825, acerca da Confederação do Equador.
“Homens sediciosos e ignorantes, tão ambiciosos como desprovidos do verdadeiro mérito e da necessidade de moralidade, arvoraram o estandarte revolucionário nas Províncias do Norte, e pregando aos povos a liberdade e os princípios da infernal demagogia, se erigiram em seus mais cruéis e insolentes ditadores.”
Confrontando-se a avaliação oficial da atuação das lideranças do movimento e o funcionamento político do Primeiro Reinado, percebe-se que
A:a reação das elites nordestinas conservadoras chocava-se com o liberalismo imperial.
B:as intenções separatistas nordestinas tinham um cunho popular ao contrário das bases imperiais.
C:o discurso liberal e uma prática política autoritária marcaram a ambos.
D:o liberalismo imperial incitava movimentos radicais de cunho separatista.
E:os seus ideais fundamentavam-se nas propostas absolutistas defendidas pelo Congresso de Viena.
Soluções para a tarefa
Resposta: letra C, o discurso liberal e uma prática política autoritária marcaram a ambos.
Durante o Primeiro Reinado (1822 - 1831), o Brasil estava em formação da sua identidade nacional. Em 1824, D. Pedro I outorgava a primeira constituição do país, considerada como uma das melhores do ocidente na época. (ver link abaixo)
Entretanto, as Câmaras de Olinda e Pernambuco recusaram-se a jurar a Constituição e reconhecer o novo governador (indicado por D. Pedro I), proclamando sua independência do Brasil e conclamaram outras províncias do nordeste para a Confederação do Equador.
A Confederação do Equador possuía caráter separatista, revolucionário e republicano. Não concordavam com a dissolução da Constituinte de 1823 e a ausência federalista na Constituição de 1824, sem expressa autonomia das províncias, com parlamento, tesouro, presidente e forças armadas próprios. Alguns historiadores justificam o não federalismo da Constituição pela necessidade de união territorial, pois havia ausência de sentimento nacional no novo país.
O estado de Pernambuco sofreu diversos fatiamentos de seu território até chegar ao tamanho atual, perdendo ao longo de anos cerca de dois terços do tamanho original, o que descontentou os grupos políticos da região. Tais fatiamentos visaram principalmente o enfraquecimento destes líderes políticos, evitando assim possíveis revoluções separatistas.
Segundo Laurentino Gomes, em seu livro 1822,"a história da Confederação do Equador mostra que as divergências de opiniões na época da Independência [...] resultavam de um violento choque de interesses envolvendo poder, dinheiro e prestígio."
Para mais informações sobre a Constituinte de 1823 e a Constituição de 1824, acesse:
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