Analise o fragmento abaixo, presente na narrativa de Lygia Fagundes Telles, intitulada de O Dedo e responda: Achei um dedo na praia. [...] Só depois de aparecer o anel é que identifiquei meu achado, o dedo trazia um anel. Faltava a última falange. Não gosto nada de contar esse episódio assim com essa frieza, como se ao invés de um dedo eu tivesse encontrado um dedal. Sou do signo de Áries e os de Áries são apaixonados, veementes, achei um dedo, UM DEDO! Devia estar proclamando na maior excitação. Mas hoje minha face lúcida acordou antes da outra e está me vigiando com seu olho gelado. “Vamos – diz ela – nada de convulsões, sei que você é da família dos possessos, mas não escreva como uma possessa, fale em voz baixa, sem exageros, calmamente.” Calmamente?! Mas foi um dedo que achei! – respondo e minha vigilante arqueia as sobrancelhas sutis: “E daí: Nunca viu um dedo?” Tenho ganas de esmurrá-la: Já vi, mas não nessas circunstâncias. O poeta dizia que era trezentos. Eu sou apenas duas: a verdadeira e a outra. Uma outra tão calculista que às vezes me aborreço até a náusea. Me deixa em paz! – peço e ela se põe a uma certa distância, me observando e sorrindo. Não nasceu comigo, mas vai morrer comigo e nem na hora da morte permitirá que me descabele aos urros. No último parágrafo, encontramos uma afirmação da personagem, em "Não nasceu comigo, mas vai morrer comigo e nem na hora da morte permitirá que me descabele aos urros". Justifique a quem a narradora se refere e explique tal afirmação:
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A narradora se refere a face lúcida. Essa face é a razão, a racionalidade que faz com que o ser humano maduro não aja apenas pela emoção, como faz uma criança. Por isso na hora da morte ela tb estará ali, acompanhando a personagem, que já não é mais uma pessoa imatura.
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