História, perguntado por anniiinhanana, 6 meses atrás

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Texto: 1885 - Conferência de Berlim partilha África entre potências ocidentais

Fronteiras africanas foram divididas geometricamente em 50 territórios irregulares, ignorando limites linguísticos e

culturais já estabelecidos pela população africana originária

Max Altman

Convocada para 15 de novembro de 1884, por iniciativa do chanceler prussiano Otto Von Bismarck, a

Conferência de Berlim terminou seus trabalhos em 26 de fevereiro de 1885. Os 14 países europeus presentes e os

Estados Unidos entenderam-se, enfim, sobre os conflitos coloniais que assolavam o continente africano. O rei dos

belgas, Leopoldo II, obteve na partilha o Congo a título "pessoal". A Grã Bretanha assumiu sua hegemonia sobre uma

faixa que ia do Cabo da Boa Esperança, na África do Sul, até o Cairo e a Alexandria, no Egito. A França se viu

contemplada com as terras ao sul do Saara, e a Alemanha, com a África do oeste. A Conferência de Berlim decidiu

também sobre a livre navegação de navios cargueiros pelos rios Congo e Níger.

Para os africanos, a Conferência de Berlim e a divisão do continente entre diferentes países imperialistas

constituiu-se numa grande ruína social e política. As potências imperialistas impuseram seus domínios e construíram

uma divisão artificial do território que não seria nem eliminada nem operada satisfatoriamente quando da

independência dos países do continente, a partir da década de 1950.

A Conferência de Berlim de 1884 ocorreu a pedido de Portugal. Bismarck, ao convocar as maiores potências ocidentais

para negociar questões controversas sobre o controle da África, aproveitou a oportunidade para expandir a esfera de

influência da Alemanha, com um desejo mal dissimulado de forçar as potências rivais a disputarem territórios entre si.

Por ocasião da conferência, 80% da África permanecia sob controle tradicional das metrópoles e de tribos

locais. Como resultado da disputa, as fronteiras africanas foram divididas geometricamente em 50 territórios

irregulares, ignorando fronteiras linguísticas e culturais já estabelecidas pela população africana autóctone. Este novo

mapa da África foi imposto sobre mais de mil culturas e regiões. A nova delimitação dividia grupos coerentes de

pessoas e mesclava grupos díspares, resultando em conflitos étnicos que foram, por décadas, manipulados pelos

colonizadores em busca do controle político do território.

Catorze países estavam representados por uma pletora de embaixadores quando a conferência se abriu:

Áustria-Hungria, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Grã Bretanha, Itália, Holanda, Portugal, Rússia, Espanha,

Suécia-Noruega (unificadas de 1814 a 1905), Turquia e Estados Unidos. Dessas 14 nações, França, Alemanha, Grã

Bretanha e Portugal eram as protagonistas, controlando a maior parte da África colonial à época.

A tarefa inicial da reunião era estabelecer um acordo sobre as bacias e a foz dos rios Congo e Níger para que

fossem consideradas neutras e abertas à navegação comercial. A despeito de sua neutralidade, parte da bacia do Congo

tornou-se domínio pessoal do rei Leopoldo II da Bélgica. Sob seu governo, mais da metade da população local morreu.

À época da conferência apenas as áreas litorâneas eram colonizadas pelas potências europeias. Em Berlim, essas

potências disputaram com afinco o controle das regiões do interior.

O toma-lá-dá-cá continuou e em 1914, os cinco participantes de uma nova conferência redividiram entre si a

África. A Grã Bretanha ficou com o Egito, Sudão Anglo-egípcio, Uganda, Quênia, África do Sul, Zâmbia, Zimbábue (ex-

Rodésia), Botsuana, Nigéria e Gana; à França coube muito da África ocidental, da Mauritânia ao Chade, mais Gabão e

a hoje República do Congo.

A Bélgica e o rei Leopoldo controlaram a hoje República Democrática do Congo (Congo Belga). Portugal, por

sua vez tomou Moçambique a leste e Angola a oeste. A Itália passou a dominar a Somália e uma porção da Etiópia,

enquanto a Alemanha ficou com a Namíbia e a Tanzânia. À Espanha coube o menor território, a Guiné Equatorial.​

Anexos:

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Respondido por mateconstroi
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Resposta:

A Conferência de Berlim aconteceu entre novembro de 1884 e fevereiro de 1885 e delimitou regras e acordos durante a ocupação do continente africano pelas potências europeias. Conhecido também como partilha da África, esse evento oficializou o neocolonialismo que resultou na extensa exploração econômica de colônias africanas pelos países europeus.

Neocolonialismo e a Segunda Revolução Industrial

A Conferência de Berlim foi resultado do surto neocolonialista que surgiu a partir da segunda metade do século XIX. A Europa estava experimentando um grande desenvolvimento tecnológico conhecido como Segunda Revolução Industrial. Esse crescimento tecnológico promoveu avanços na produção de energia, na química e no desenvolvimento de meios de transporte mais eficientes etc.

À medida que o capitalismo sofria transformações a partir desse desenvolvimento tecnológico, surgiu como necessidade o impulso imperialista para dar continuidade no processo exploratório de matérias-primas e de obtenção de novos mercados consumidores. Os continentes africano e asiático apareceram, então, como alvo da ambição das potências industrializadas europeias.

O impulso neocolonialista no continente africano, segundo Valter Roberto Silvério, foi acirrado pelas ações de três países. Primeiramente, houve o interesse dos belgas, com o rei Leopoldo I, em uma região da África chamada Congo (atual República Democrática do Congo). Esse projeto do rei belga continuou com seu filho, Leopoldo II, que manteve um dos domínios imperialistas mais cruéis e que foi responsável pela morte de milhões de habitantes do Congo.

O segundo impulso foi dado por Portugal ao anexar regiões do interior de Moçambique. Posteriormente, Portugal defendeu a ideia do “mapa cor-de-rosa”, que estipulava a unificação territorial entre dois domínios portugueses (Moçambique e Angola). Por fim, a política expansionista francesa também contribuiu para que ocorresse uma corrida de ocupação do continente africano.

Os países europeus buscaram de maneira desenfreada tomar posse do máximo possível de territórios no continente africano. A falta de regulamentação dessa ocupação levou a inúmeros atritos diplomáticos entre esses países da Europa por disputas territoriais na África. Com o intuito de resolver essas questões, foi sugerida uma conferência internacional.

Conferência de Berlim

A Conferência de Berlim foi inicialmente idealizada por Portugal, porém, os alemães realizaram-na entre novembro de 1884 e fevereiro de 1885, sob a liderança do chanceler alemão, Otto von Bismarck. Esse evento reuniu catorze potências da época com intuito de debater a ocupação da África.

Inicialmente, foi proposto por Portugal o “mapa cor-de-rosa” que sugeria a criação de um domínio que unificasse, de leste a oeste, dois territórios portugueses: Angola e Moçambique. A proposta foi prontamente rejeitada pelo Reino Unido, que pressionou Portugal a abandonar essa ideia (o que de fato aconteceu).

Além disso, foi debatida durante essas reuniões a questão do domínio de determinadas regiões do Congo ocupadas pelos belgas. A Conferência de Berlim também determinou que os rios Níger e Congo seriam de livre navegação, ou seja, estavam abertos a todos os países. Por fim, foram determinados, em parte, os territórios que seriam ocupados e divididos na África da forma que melhor agradasse as potências industrializadas.

Justificativas para a ocupação e resistência

A ocupação do continente africano foi realizada sob a justificativa de missão civilizatória que propunha acabar com a escravidão (ainda existente em partes da África). Além disso, as potências justificavam que, a partir da ocupação do continente, seria possível levar o cristianismo e também as “benesses” da civilização ocidental às populações. Naturalmente, todas essas justificativas eram utilizadas como pretexto para mascarar o real interesse: impor uma exploração econômica intensa sobre a África.

A ocupação do continente não aconteceu de maneira passiva. Houve movimentos de resistência em diferentes partes da África, no entanto, em razão da diferença de organização militar e de tecnologia, a resistência africana, em geral, teve apenas efeito de retardar o domínio europeu.

"Por Daniel Neves"

Graduado em História

Otto von Bismarck, chanceler alemão, liderou as negociações e mediações durante a Conferência de Berlim.

Otto von Bismarck, chanceler alemão, liderou as negociações e mediações durante a Conferência de Berlim.

Exercício de Conferência de Berlim

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