Pedagogia, perguntado por LU2711, 7 meses atrás

Ampliar os conhecimentos é importante para ir além da leitura básica e introdutória sobre qualquer tema. Quanto mais uma pessoa lê, mais deve se perguntar, pois os questionamentos movimentam os saberes. Dessa forma, é preciso delimitar, de forma assertiva e pontual, o objeto de um estudo. Com as ciências da linguagem, dentre as quais se inclui a Morfologia, não é diferente. Todas, com seus estudos, buscam investigar determinado objeto. O objeto de estudo da Morfologia são as formas das palavras em determinada língua.

Apropriado desse saber, você recebe um artigo de uma revista que trata de temas relacionados com a Língua Portuguesa e percebe que há uma incorreção com relação à descrição do que seria o morfema zero. No artigo, o autor escreve que, para a identificação do morfema zero, não há necessidade de oposição gramatical e que ele é ausência, portanto, não deve ser identificado como morfema.

Você, então, decide escrever um e-mail para o autor, indicando a necessidade de uma errata e apontando uma abordagem adequada para o morfema zero, com indicação de exemplos. Como seria isso?

Soluções para a tarefa

Respondido por marilzasavieto
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Resposta:

Olá, Prezados!

Escrevo este e-mail com o objetivo de salientar que há incorreção na abordagem do morfema zero. No artigo em questão, a afirmação sobre o morfema zero (Ø) está incorreta, pois o autor evidencia que, para a identificação desse tipo de elemento, não há necessidade de oposição gramatical. Ou seja, que seria possível identificá-lo sem oposição gramatical entre termos. Além disso, o autor destaca que, por ele ser ausência, não é qualificado como morfema. Porém, isso está incorreto.

Explico que o morfema zero (Ø) consiste na ausência de uma marca de oposição gramatical em referência a outro termo que tem essa marcação. Ou seja, na oposição entre gato/gata, por exemplo, a oposição de gênero aparece marcada nos dois termos com a oposição entre -o e -a. No par opositivo, gato/gatos, a noção de plural, no entanto, inerente às classes dos nomes, é marcada pelo pluralizador -s, enquanto a noção do singular está na ausência dessa marca. É essa ausência que tem o significado do valor do singular e, portanto, podemos considerá-lo como um morfema. Este é denominado de morfema zero e é representado pelo símbolo Ø.

Logo:

– gatos (masculino plural) – gatoØ (masculino singular)

– gatas (feminino plural) – gataØ (feminino singular)

– amo, amas, ama – as duas primeiras formas verbais apresentam, respectivamente, marca de primeira e de segunda pessoas do singular; a última, no entanto (ama), pela falta de marca em relação às outras do mesmo paradigma, apresenta morfema zero para significado da terceira pessoa do singular.

Sendo assim, a oposição entre elementos de um mesmo paradigma possibilita a identificação do morfema e a ausência dele, esta última caracterizando o morfema zero.

Grato pela atenção.

Explicação:

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