Amor e sabor
Comfort food. Não gosto muito de títulos em inglês. Mas, como os americanos gostam de dar rótulos para tudo, vai lá. A melhor tradução para comfort food seria “comidinha da mamãe” ou algo assim. [...] Faz tempo, eu estava lendo um livro de culinária de uma crítica americana [...]. De A a Z, a cada letra, ela fazia uma pequena crônica e dava a receita do prato relacionado com aquela memória. A tantas, descrevia como era bom levar sanduíche de ovo frito para a escola quando criança. Levava no bolso de trás e no recreio comia o sanduíche amassadinho. Também sou fã de sanduíche de ovo frito. [...] A culinária afetiva simplesmente emociona. A loucura por regimes e por manter um corpinho definido desvincula as pessoas dessa culinária em que amor se mescla com sabor. [...] De alguns anos para cá, pessoas criativas perceberam esse nicho de mercado. Surgiram as cadeias que vendem bolos comuns, tipo os da vovó, a preços acessíveis. [...] A venda de brigadeiros explodiu. Existe doce que mais remeta à infância que brigadeiro? [...] A comida afetiva é sempre uma certeza de sucesso ao receber alguém. Há algum tempo fiz um jantar para um diretor de cinema espanhol. Outra vez, o terror. O que servir? Tomei a decisão: – Canjica com amendoim. Acharam doidice. Uma coisa tão simples? Para alguém que conhece a alta culinária de Madri e Paris? Botei na mesa. Quando experimentou a primeira colherada, os olhos da mesa se cravaram nele. Fez uma expressão de surpresa. A mistura de sabores da canjica com amendoim lhe pareceu absolutamente exótica. Foram três pratos. E não mandou ver o quarto porque ficou constrangido, achou que podia parecer guloso. Eu só expliquei. – Quis fazer um prato que comia quando criança. Muitas vezes, com tantas falsas sofisticações, botamos num pedestal qualquer [...] estrangeiro [...]. Ou um modismo culinário. Mas não respeitamos aquilo que está em nossa memória. A comida de nossas mães e avós. Já estou decidido. A próxima pessoa importante que for jantar em casa receberá um prato de arroz com dois ovos fritos. Gema molinha. É capaz de o convidado chorar de emoção. Quem não gosta de ovo frito? CARRASCO, Walcyr. Disponível em: . Acesso em: 19 set. 2017. Fragmento.
No trecho “Acharam doidice” (6º parágrafo), foi utilizada a linguagem
científica.
coloquial.
formal.
regional.
técnica.
kaiquesouto6:
É a d) família
Soluções para a tarefa
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5
a alternativa correta dessa questão é d, regional
Respondido por
1
Resposta:
letra D
Explicação: confia no pai q é sucesso
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