Amizade dada é amor”
– “Riobaldo, pois tem um particular que eu careço de contar a você, e que esconder mais não posso... Escuta: eu não me chamo Reinaldo de verdade. Este é nome apelativo, inventado por necessidade minha, carece de você não me perguntar por quê. Tenho meus fados. A vida da gente faz sete voltas – se diz. A vida nem é da gente...”
Ele falava aquilo sem rompante e sem entonos, mas antes com pressa, quem sabe se com tico de pesar e vergonhosa suspensão.
– “Você era menino, eu era menino... Atravessamos o rio na canoa... nos topamos naquele porto. Desde aquele dia é que somos amigos.”
Que era, eu confirmei. E ouvi:
– “Pois então: o meu nome, verdadeiro, é Diadorim... Guarda este meu segredo.
Sempre, quando sozinhos a gente estiver, é de Diadorim que você deve me chamar, digo e peço,
Riobaldo...”
Assim eu ouvi, era tão singular. Muito fiquei repetindo em minha mente as palavras, modo de me acostumar com aquilo. E ele me deu a mão. Daquela mão, eu recebia certezas. Dos olhos. Os olhos que ele punha em mim, tão externos, quase tristes de grandeza. Deu alma em cara. Adivinhei o que nós dois queríamos – logo eu disse:
– “Diadorim... Diadorim!” – com uma força de afeição. Ele sério sorriu.
ROSA, Guimarães. Grande Sertão Veredas. Apud Estudos de Língua e Literatura,. São Paulo: Moderna, 5 ed. 1998, p. 201.
O trecho que exprime uma circunstância de tempo é: *
4 pontos
A) “‘Desde aquele dia é que somos amigos.’”.
B) “Assim eu ouvi, era tão singular.”.
C) “Daquela mão, eu recebia certezas.”.
D) “Adivinhei o que nós dois queríamos”.
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desde aquele dia é que somos amigos
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