Álvares de Azevedo foi um poeta ultrarromântico brasileiro que viveu e escreveu durante o século XIX. Nascido em São Paulo, o jovem poeta teve a influência da literatura europeia da época, em especial, de Lord Byron, cujos temas giravam em torno da desilusão com o real, do sofrimento e da morte.
Veja um famoso poema de Azevedo, intitulado "Amor":
Amemos! quero de amor
Viver no teu coração!
Sofrer e amar essa dor
Que desmaia de paixão!
Na tu'alma, em teus encantos
E na tua palidez
E nos teus ardentes prantos
Suspirar de languidez!
Quero em teus lábios beber
Os teus amores do céu!
Quero em teu seio morrer
No enlevo do seio teu!
Quero viver d'esperança!
Quero tremer e sentir!
Na tua cheirosa trança
Quero sonhar e dormir!
Vem, anjo, minha donzela,
Minh'alma, meu coração...
Que noite! que noite bela!
Como é doce a viração!
E entre os suspiros do vento,
Da noite ao mole frescor,
Quero viver um momento,
Morrer contigo de amor!
Com base no que você estudou sobre a teoria freudiana e a literatura, pode-se constatar no poema:
A. o recalque do amor pela repressão da moral religiosa bem marcada ao longo de todo o poema, por meio das palavras "sonhar", "amor", "viver" e "esperança".
B. a forte presença do complexo de Édipo, uma vez que a irrealização desse amor ideal deve-se ao símbolo castrador da morte, metaforizada pela "noite bela".
C. a materialização erótica no ato sexual em si, uma vez que fica clara no poema a relação carnal e real entre o eu lírico e a donzela amada.
D. a forte presença do princípio do prazer (eros), uma vez que se trata de uma ode à vida, à pulsão da autopreservação e da alegria.
E. uma tensão entre a pulsão de morte e a pulsão de vida, jogo entre a realização impossível da libido e o desejo de autoaniquilamento decorrente dessa impossibilidade.
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Resposta:
Letra E
Explicação:
A dualidade de pulsão de morte e de vida é visto no trecho
"Quero viver um momento,
Morrer contigo de amor!"
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Resposta:
E. uma tensão entre a pulsão de morte e a pulsão de vida, jogo entre a realização impossível da libido e o desejo de autoaniquilamento decorrente dessa impossibilidade.
Explicação:
O poema ultrarromântico deixa claro que seu amor idealizado (eros) só pode ocorrer diante da morte (thanatos), o que explica a busca do eu lírico pela autodestruição (pulsão de morte). Dessa maneira, não há no poema nenhuma indicação de repressão moral ou de complexo de Édipo, nem mesmo a menção a um ato sexual carnal, ou apenas uma ode à vida.
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